7 de nov. de 2010

"Catatau", de Leminski, promove encontro de Descartes com tamanduá no Brasil

Monólogo de Descartes sobre um universo por ele desconhecido

Monólogo de Descartes sobre um universo por ele desconhecido
Lembrar de Paulo Leminski (1944-1989) é pensar em poesia. Falar de seu livro "Catatau", é refletir sobre vanguarda. A obra, inicialmente lançada, em 1975, retorna às estantes em nova versão. Relançada pela editora Iluminuras, já é considerada por muitos como um clássico moderno.

O enredo acompanha as aventuras e filosofias de René Descartes em visita à Pernambuco na época de dominação holandesa. Índios, animais, instintos, impressões, tudo misturado, dialética entre meio e mensagem. Tudo o deixa meia incerto das antigas convicções, até estruturar uma linha de pensamento quando encontra um tamanduá. "Duvido se existo, quem sou eu se esse tamanduá existe?", pergunta.
Seja ou não um clássico, encontra-se nas letras, ideias e construções pitorescas uma pitada de tropicalismo e recursos do concretismo. Isso, que fique claro, para os críticos em geral. Os olhos que leem encontram o que a própria bagagem cultural propiciar. Leminski fez sua escrita à sua cara. Plural. Antropofágica.

Logo, frente a tanta diversidade, tudo o que "Cartésio" (o simpático apelido de Descartes) acredita deve ser repensado, afinal, isso é filosofar e é o que constitue o monólogo lúdico do livro.

"Catatau"
Autor: Paulo Leminski
Editora: Iluminuras
Páginas: 256
Quanto: R$ 37,40 (preço promocional, por tempo limitado)

Da Livraria da Folha.
Enviado por Eri Santos Castro. 

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