11 de out. de 2010

Lula, o grande ausente no debate de ontem

A quem interessa a ausência de Lula?
Uma análise de Daniel Aarão Reis


O professor de História Contemporânea, Daniel Aarão Reis, por sua vez, acha que Dilma parecia insegura a princípio, "atingida pelos ataques que vem sofrendo, e exprimiu isso com franqueza e sinceridade". No segundo bloco, no entanto, ela recuperou o autocontrole e mostrou conhecimento dos temas discutidos.
Sobre Serra, Reis destaca que, embora atacado no debate sobre privatizações, teve como ponto forte a articulação e o autocontrole.
O debate mostrou também uma Dilma Rousseff já um pouco mais habituada à política. Se não respondeu a todas as perguntas, na opinião de Figueiredo, ela demonstrou certa sagacidade política ao trazer temas que não dominava para áreas que conhecia melhor.
- Foi o primeiro debate frente a frente dela, e ela já se mostrou mais experiente. Também foi autêntica, o que permitiu conhecê-la um pouco melhor, disse Figueiredo.
- Serra também foi ele mesmo. Nesse sentido, o debate foi bom. Acho que ela foi bem, mas ele foi melhor.
Sobre uma certa ausência do presidente Lula no debate, Figueiredo acredita que isso foi uma decisão acertada do lado de Serra, que desta vez se mostrou mais como um opositor, mas errada do lado de Dilma, que tem no presidente seu principal aliado.
- Desta vez, Lula foi praticamente um fantasma, não se materializou no debate.
Reis, por seu lado, destaca que o clima de ataques e contra-ataques pode não contribuir "para a elucidação das propostas dos candidatos".
- Talvez eu esteja exagerando, mas acho que os dois candidatos estão perdendo. Talvez Serra esteja perdendo menos, pela sua maior capacidade de articulação e por aparentar maior autocontrole, disse Reis, para quem Serra se saiu melhor ao discutir a segurança e a saúde; enquanto Dilma foi melhor na discussão sobre privatizações.

Com O Globo.
Enviado por Eri Santos Castro.

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