O comando nacional do PT já avisou aos petistas maranhanses que, se
depender dos principais comandantes do partido, não haverá intervenção no
diretório estadual. A medida foi cobrada pelo PMDB por causa da decisão do
PT do Maranhão de apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo
do estado ao invés da governadora Roseana Sarney (PMDB), que disputará a
reeleição. A avaliação dos petistas - feita numa reunião entre o
presidente da sigla, José Eduardo Dutra, os líderes partidários e
ministros filiados ao PT - foi a de que não há muito o que fazer agora.
Os petistas consideraram que o PCdoB do Maranhão é mais ligado ao governo
de Roseana Sarney do que o próprio PT. Portanto, caberia ao PMDB
maranhense atrair os comunistas a fim de evitar a candidatura de Flávio
Dino contra Roseana. Para completar, afirmam, o PMDB em nenhum momento
retirou a candidatura de Geddel Vieira Lima, que concorrerá ao governo da
Bahia contra o atual governador, Jaques Wagner (PT), que tentará a
reeleição.
A intenção dos petistas em fazer “cara de paisagem” ante a decisão do PT
estadual promete abrir uma crise entre os dois partidos que pretendem
seguir juntos na campanha presidencial. O clima de desconfiança foi criado
justamente na véspera do dia em que a ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff (PT), deixa o cargo para se dedicar exclusivamente à montagem dos
palanques estaduais e à campanha da corrida pelo Palácio do Planalto.
Conforme noticiado ontem pela reportagem, o presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), conversou com Lula no lançamento do segundo Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC 2) e o presidente disse que havia
despachado José Eduardo Dutra para o Maranhão a fim de resolver o jogo em
favor de Roseana. Ontem, Dutra estava em Brasília mais preocupado com o
depoimento de seu tesoureiro, João Vaccari Neto, na Comissão de Direitos
Humanos do Senado. Como ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos
Bancários de São Paulo (Bancoop), Vaccari Neto foi explicar as denúncias
de desvio de dinheiro da associação para campanhas políticas do PT.
Nos bastidores, os senadores do PMDB aguardam a decisão sobre o caso do
Maranhão. “Tem que ter uma intervenção lá. Eles nos disseram que estava
tudo certo”, comentava o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), referindo-
se ao apoio do PT à candidatura de Roseana. Os peemedebistas estão
preocupados com os reflexos que essa decisão possa ter na consolidação da
aliança com os petistas no plano nacional. Os aliados do presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP), consideram que um desfecho desfavorável à
Roseana pode terminar por comprometer a confiabilidade entre os dois
partidos e, de quebra, dar munição à ala peemedebista contrária à
coligação formal entre petistas e peemedebistas.
Hoje, a contabilidade do PMDB está no seguinte pé: um terço deseja seguir
com Dilma Rousseff e trabalha por isso, um terço é contra a aliança e um
terço está em busca de motivos, seja para apoiar a ministra Dilma, seja
para brigar de vez com o PT. Há o temor de que o episódio do Maranhão
balance esse último terço contra a coligação nacional com os petistas.
Com Informações do Imparcial Enviado por Eri Santos Castro. |
31 de mar. de 2010
Deu no Correio Braziliense: PT nacional não vai intervir no MA
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2 comentários:
Alexandre:
Ok, decisão ta tomada, agora vamos esperar a eleição em outubro.é lá que tudo vai se resolver.
Mesmo não intervindo, Roseana ainda tem apoio de praticamente metade dos petistas maranhenses que foram os que votaram nela. Além disso, ela tem garantida a presença de Dilma em seu palanque pela aliança nacional entre PT e PMDB, então se colocarmos numa balança, tanto Roseana quanto Dino tem a mesma parcela de PT a seu favor. Mas Roseana está um passo a frente por ser a preferidas nas intenções de voto e Dino está em terceiro lugar. Os comunistas falam tanto em vencer Roseana que esquecem que antes dela, devem vencer Jackson Lago.
Luiza Pacheco
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