5 de nov. de 2009

A volta dos caceteiros

(1) Nos velhos tempos da política brasileira e maranhense, os caceteiros, como define o senador José Sarney em artigo publicado na primeira página do jornal O Estado do Maranhão, em 9.10.94, “eram aqueles que iam para as eleições convencer os eleitores na paulada”.
(2) Na noite de 4.11.09, na sede do Sindicato dos Bancários, os caceteiros voltaram espetacularmente à cena política do Estado do Maranhão, tentando impedir com pedras e ovos o lançamento do livro “Honoráveis bandidos”, do jornalista Palmério Dória.
(3) No artigo de 94, Sarney advogava a idéia que caceteiro e boqueiro eram a mesma coisa e que “para termos uma democracia moderna, respeitável, não poderia ter boca-de-urna”.
(4) Ocorre que o boqueiro procura convencer com as palavras e o caceteiro intimidar o outro na base da paulada e da pedrada.
(5) Caceteiros são paus-mandado daqueles que menosprezam o livre debate e não hesitam em lançar de qualquer recurso, inclusive da força física, para manter privilégios e ocultar maracutaias.
(6) Para os novos caceteiros, reunidos na UMES ou em qualquer outra organização sindical e política, a democracia é apenas o outro nome de Geni: “joga pedra na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir, ela dá pra qualquer um, maldita Geni” (Chico Buarque).

Por Francisco Gonçalves (franciscogoncalvesdaconceicao@gmail.com).
Enviado por Eri Santos Castro.

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