28 de ago. de 2009

Contra a ira de Ricardo Murard; avante povo de Coroatá

O relação pública Marlon Botão é um velho conhecido. Foi coordenador do DCE-UFMA, na década de 90 e sempre um destemido ativista político. Não obstante os seus comentários de corredor sobre a minha intenção de disputar uma vaga de deputado da Assembleia Legislativa do Maranhão, desconsidero em função de conhecê-lo e saber que ideias maiores nos unificam como esse seu artigo. Parabéns Marlon e siga em frente, pois a consciência de cada um de nós nos acompanha.
Por MARLON BOTÃO
Coroatá é uma bela cidade maranhense, que fica a 270 km da capital, São Luís. Lá tive a oportunidade de participar do levante que, em 2004, derrotou nas urnas o oligarca Ricardo Murad, depois de 20 anos de mando de um dos principais asseclas da oligarquia Sarney. Na época, ele dizia que se perdesse a eleição para prefeito, em que a filha dele era a candidata da situação e, o sobrinho, o prefeito no segundo mandato consecutivo, cortaria os próprios braços, tamanha a convicção de que jamais o povo coroataense se rebelaria contra aquele que pensava ser o próprio “Deus” dessa gente e que, bem ao seu estilo, tratava a população como se esta fosse sua propriedade.

A insurreição coroataense que tirou Ricardo Murad do poder local foi uma oportunidade real de apurar os desmandos e ilícitos cometidos durante o período em que ele comandava a cidade, afinal, ali também a oligarquia desenvolveu a política da dependência e da exploração da boa fé do povo. Esse grupo deixou Coroatá numa situação de muita pobreza, com a saúde e a educação pedindo socorro, a exemplo das 104 escolas de barracão que só mesmo no nome pareciam escolas, e do único hospital em funcionamento em 1º de janeiro de 2005 – que nem agulha para anestesia raque tinha para realização de um procedimento cirúrgico – sem falar da precariedade dos poucos postos de saúde existentes.

Infelizmente, o prefeito eleito, Luís da Amovelar, desconsiderou dois princípios essenciais para a correta gestão do patrimônio público: a austeridade e a transparência, quando não contratou uma auditória técnica para saber como foram aplicados os recursos que vieram para o município nos anos que antecederam a gestão dele.

A omissão de Luís da Amovelar gerou um clima de impunidade na cidade, pois nada foi apurado sobre o período de mando de Ricardo Murad. As denúncias feitas não foram investigadas, como o desvio de R$ 6 milhões do IPM (Instituto Municipal de Previdência) de Coroatá. O povo mais uma vez “pagou o pato”, com um prefeito atrapalhado e o ex-poderoso-chefão, que persegue a todos com seus meios de comunicação (rádio e televisão), pois jamais aceitou a vontade popular, que o rejeitou duas vezes nas urnas, por último em 2008, quando ele colocou a esposa, Teresa Murad, que já foi prefeita da cidade, para disputar com Amovelar e novamente foi derrotado.

Agora como Secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad coloca mais um plano sórdido em execução para punir o povo de Coroatá: usa dos super-poderes que tem no governo de sua cunhada, Roseana Sarney, para tirar recursos do sistema de saúde da cidade. Ele sabe que, apesar dos problemas, a saúde em Coroatá funciona bem, atendendo a população de pelo menos outras cinco cidades: São Mateus, Alto Alegre do Maranhão, Capinzal, Peritoró e Timbiras, com médicos em várias especialidades, com plantão obstétrico 24 horas, com postos de saúde na sede e em diversos povoados da região, com dois hospitais (HCG e Trizidela) para atendimento de emergência e procedimentos de média complexidade, com o SAMU – uma conquista recente – que não chegou antes porque, após perder a eleição em 2004, Murad não encaminhou a solicitação do município ao Ministério da Saúde.

A insanidade e o desejo de vingança de Ricardo Murad podem custar muito caro a Coroatá. Informações ainda não oficiais indicam corte em mais de 50% do repasse mensal que é feito ao sistema de saúde da cidade, o que vai forçar demissões de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, administrativos, e, acima de tudo, vai prejudicar a população pobre das comunidades do Bairro Novo, Areal, da Mariol, Vila Cilene, Americanos, Trizidela, Jordão, Vila Vavá, Bairro da União, Maçaranduba, Cohab, Vila Teresa Murad, Vila Ricardo Murad, entre outras, locais estes em que a maioria das pessoas não tem condições financeiras nem para se alimentar devidamente, quanto mais para buscar assistência médica em outras cidades.

Diante de tal situação, como filho adotivo de Coroatá, pelo amor que aprendi a ter por esta cidade, quero me solidarizar com o povo coroataense para – juntos – denunciarmos esta trama sórdida do secretário Ricardo Murad. É preciso reagir logo, ir às ruas protestar, trazer uma caravana a São Luís para cobrar da governadora Roseana Sarney um posicionamento justo.

Onde estão as ações e pronunciamentos de defesa da cidade que os deputados (estaduais e federais) que foram votados em Coroatá, a pedido do prefeito, deveriam fazer? É bom que eles não esqueçam que, em 2010, haverá eleições novamente.

Finalizo com a esperança de que, neste momento importante na história de Coroatá, Luís da Amovelar em vez de ir se humilhar nos gabinetes da oligarquia, demonstre ter o mínimo de dignidade e juízo, e aja com austeridade e transparência. É obrigação do prefeito mobilizar o povo coroataense para enfrentar esta batalha e evitar que Ricardo Murad prejudique tantos homens e mulheres inocentes, que só querem receber do poder público a assistência que têm direito e viver em paz.

*Marlon Botão – Relações Públicas e membro da corrente interna do PT CNB-MA, qie tem o deputado federal Washington sua principal representação pública.
Enviado por Eri Santos Castro.

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