16 de ago. de 2009

Artigo de Loyola condena Sarney

O escritor Ignácio de Loyola Brandão publicou artigo que percorre a internet, intitulado 'Machado de Assis de costas para Sarney'. Loyola não encontrou a assinatura do senador José Sarney (PMDB-AP) entre os '1.046 intelectuais de todos os calibres, de todos os setores artísticos, de todas as universidades, revoltados, saturados,que deram um grito e redigiram o manifesto que percorreu o País de Manaus a Passo Fundo colhendo assinaturas.'

Um trecho do manifesto dizia:
“Nós, para quem a liberdade de expressão é essencial, não podemos ser continuadamente silenciados.”
E outro:
“Recusamo-nos a abdicar de nossa identidade nacional e da nossa própria memória, repelindo a convivência com a passividade, a apatia, o falso registro de nossa realidade. é necessário a revogação de atos com efeito de caráter punitivo da atividade intelectual. Os destinos de um País não são apenas determinados pelos seus governantes. é preciso consultar constantemente o povo, permitir que, em seu nome, seus artistas possam se expressar.”

'Não encontrei entre os intelectuais a assinatura do escritor José Sarney. Ele não se revoltou contra a censura, porque estava ligado ao poder. Esse homem que foi recebido na Academia Brasileira de Letras no lugar de José Américo não soube ter a atitude exemplar de seu antecessor. Consultem a história, vejam quem foi José Américo. Foi até ironia sucedê-lo. Agora, quando O Estado de S. Paulo é censurado para proteger um filho de Sarney, o presidente do Senado apóia a censura, a proibição, o veto, o ato espúrio que cancela a liberdade de expressão. Fui lá atrás ver se ele, como escritor, chegou a defender essa liberdade. Não, não defendeu num momento em que os que estavam ameaçados se levantaram. A censura sempre foi o braço direito do poder ditatorial, do totalitarismo de esquerda ou direita.'

'Essa liberdade não interessa ao presidente do Senado, que tem vários livros publicados e uma cadeira na casa de Machado de Assis. Ele, como legislador e intelectual, deveria defender a democracia, a livre expressão. Acho que quando ele chega para a sessão da ABL, a estátua de Machado dá-lhe as costas, para não sentir vergonha.'
Sugestão de Aldionor Salgado e Mary Ferreira.
Enviado por Eri Santos Castro.

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