Para militares, ex-governador era instrumento de conspiração destinada a implantar regime de esquerda radical no Brasil
O fantasma do comunismo internacional assombrou os arapongas do Serviço Nacional de Informações (SNI) que vigiaram o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio. Os arquivos secretos sobre a gestão pedetista mostram que os militares temiam a aproximação entre o fundador do PDT e a Internacional Socialista, que reúne partidos de esquerda do mundo.
A máquina de espionagem monitorou as relações do ex-governador com grupos que participaram da luta armada contra outras ditaduras no continente, como os montoneros argentinos e os tupamaros uruguaios.
Para os generais da linha dura que chefiavam o SNI, Brizola seria o instrumento de uma conspiração internacional destinada a implantar um regime de esquerda radical no país. Usado para justificar o golpe que derrubou o ex-presidente João Goulart em 1964, o argumento se repete em relatórios produzidos na década de 80, no apagar das luzes da ditadura brasileira.
Os arapongas insinuaram que Brizola teria criado o PDT como mera forma de chegar ao Palácio do Planalto e implantar um modelo de partido único. “A clareza e a objetividade com que o governador Leonel Brizola lidera no país a ideologia socialista evidencia um curto prazo para a sobrevivência do PDT, o que representa um passo para a mudança do regime brasileiro”, diz um dossiê de 1984.
Com Carta Capital
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