Crise mundial dos alimentos poderá beneficiar econimia brasileira
A crise mundial de alimentos deve se acentuar no prazo de três anos. No entanto, o Brasil pode se beneficiar desse fato por ser o único país do mundo com todas as condições (espaço, tecnologia, água, clima e estrutura de produção de agronegócio) para aumentar a produção, segundo estudo feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O Brasil chegará ao fim da crise em posição de destaque no cenário mundial, mas precisa resolver, internamente, questões de legislação ambiental. Sou a favor de que haja flexibilização em relação às áreas que já foram degradadas. Não devemos derrubar uma árvore para aumentar a nossa produção, mas eu também acho que devemos utilizar o que já está aí.
Entretanto, estimo que se as leis que condicionam o plantio continuarem avançando nos mesmos patamares de hoje, restarão poucas áreas para cultivo: teremos congelado de 80% a 85% do território.
O aumento da produtividade é o primeiro fator para alcançar um aumento significativo na produção de alimentos. Por isso, a preocupação do governo em investir em pesquisas, com a liberação de R$ 1 bilhão para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e de uma linha de crédito de mais R$ 1 bilhão para agropecuaristas interessados em recuperar áreas degradadas.
Causas da crise
O que criou esse cenário de crise foi o crescimento da economia em todo o mundo. Não se conhece na história um período em que a economia mundial tenha crescido de forma global, a taxas tão elevadas, por tempo tão longo. Isso, evidentemente, aumentou renda e aumentou demandas por matérias-primas, por energia e por alimentos. Há um desequilíbrio entre a demanda e a oferta.
Dificuldades
Há uma situação fora e uma situação aqui perfeita, com três dificuldades que nós temos ainda: de infra-estrutura interna - o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] prevê já algumas obras para isso -, uma dificuldade cambial, e uma dificuldade da nossa dependência e vulnerabilidade de adubos. Diria até que há uma quarta, que é a questão do meio ambiente.