Fernando
Henrique Cardoso recebeu um prêmio da Biblioteca do Congresso dos EUA,
cuja primeira edição agraciou a tradição dos intelectuais arrependidos
da esquerda. O polonês Leszek Kolakowski que inaugurou a fila, em 2003,
baldeou-se do marxismo ortodoxo para a rejeição radical da obra de Marx.
No caso de FHC, o prêmio de U$ 1 milhão brindou os desdobramentos
políticos de suas reflexões sobre a dependência. No entender dos
curadores, elas teriam demonstrado como os países periféricos 'podem
fazer escolhas inteligentes e estratégicas' (leia-se dentro dos marcos
dos livres mercados) mesmo em desvantagens em relação aos ricos. O
tucano não decepcionou. Após embolsar o galardão falou grosso. E acusou
Lula de ser responsável pelas agruras da indústria ao interromper as
reformas; aquelas das quais seu governo foi um instrumento e cuja
correspondência no plano internacional, como se verifica, legou um mundo
de fastígio e virtudes sociais. O sociólogo ouviu o galo cantar; achou
que era um tucano.
Da Carta Capital.
Enviado por Eri Santos Castro.
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