Morreu Leszek Kolakowski. Foi um grande personagem do Século XX. Enquanto muitos de nós nos seduzíamos pelo marxismo, nos anos 60, ele partia para o exílio na Inglaterra. Crime? Escreveu uma severa crítica ao marxismo. Não separava uma teoria generosa de seus desastres históricos. Dizia que eles decorriam da própria teoria.
Sua trajetória para o exílio se deu num período ofuscante. Mas anos depois, quando o Solidariedade assume o poder na Polônia, é reconhecido como um grande inspirador daquela passagem histórica. Será enterrado com honras, no seu país.
Kolakowski considerava que era preciso sempre questionar. Até a si próprio. Que filósofo não sentiu nunca um charlatão? Alguns textos mais recentes indicam que tendia a aceitar a inescapabilidade da religião como cultura.
Nisso, também é atual. Há um grande debate sobre Deus e religiões, na esteira de livros como os de Cristopher Hitchkens e Richard Dawkins, propondo uma superação dessas crenças. Mas existem deslumbramentos diante da inteligência humana e da natureza. Existe esperança num quadro em que o cinismo parece ser o mais racional. São componentes religiosos que ganham uma forma mais leve na frase de Cristhopher Lash: não acredito no catolicismo, sou apenas praticante.
Apesar de sua reclamada postura científica, o socialismo teve inúmeros pontos de contato com a religião. Não só por despertar sonhadores do absoluto buscando um futuro luminoso. Mas também pelas tentativas de filósofos marxistas de abordar a esperança.
Aliás esperança é o que sobrou de melhor. A morte de Kolakowski, nesse início de julho me lembra um dever de casa com o século passado. Terminar minha leitura do Princípio Esperança, de Ernst Bloch, um calhamaço que olhado de perfil, às vezes desanima.
Sua trajetória para o exílio se deu num período ofuscante. Mas anos depois, quando o Solidariedade assume o poder na Polônia, é reconhecido como um grande inspirador daquela passagem histórica. Será enterrado com honras, no seu país.
Kolakowski considerava que era preciso sempre questionar. Até a si próprio. Que filósofo não sentiu nunca um charlatão? Alguns textos mais recentes indicam que tendia a aceitar a inescapabilidade da religião como cultura.
Nisso, também é atual. Há um grande debate sobre Deus e religiões, na esteira de livros como os de Cristopher Hitchkens e Richard Dawkins, propondo uma superação dessas crenças. Mas existem deslumbramentos diante da inteligência humana e da natureza. Existe esperança num quadro em que o cinismo parece ser o mais racional. São componentes religiosos que ganham uma forma mais leve na frase de Cristhopher Lash: não acredito no catolicismo, sou apenas praticante.
Apesar de sua reclamada postura científica, o socialismo teve inúmeros pontos de contato com a religião. Não só por despertar sonhadores do absoluto buscando um futuro luminoso. Mas também pelas tentativas de filósofos marxistas de abordar a esperança.
Aliás esperança é o que sobrou de melhor. A morte de Kolakowski, nesse início de julho me lembra um dever de casa com o século passado. Terminar minha leitura do Princípio Esperança, de Ernst Bloch, um calhamaço que olhado de perfil, às vezes desanima.
Por Eri Santos Castro.
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