Desde o dia 01 de dezembro de 2011, o nosso Partido vive uma
situação inédita: a de não existir formalmente! Nunca havia acontecido isto
desde a sua fundação em 1980. O PDT maranhense foi um dos primeiros nove que se
organizaram em nosso país, numa luta árdua para superar as barreiras impostas
pelas leis da Ditadura. Ainda garoto, aos 11 anos, ajudava meu pai a organizar
as fichas de filiação. Sob as lideranças de Neiva Moreira e Jackson Lago, o PDT
cresceu, conquistou mandatos legislativos e executivos, chegando à prefeitura
de nossa capital, de várias cidades de nosso estado e, finalmente, ao Palácio
dos Leões, impondo uma derrota única à Oligarquia maranhense.
Após o falecimento de seu insubstituível líder, o PDT
maranhense reorganizou-se em 211 dos 217 municípios. E caminhávamos rumo à
Convenção Estadual para, conquistarmos assim, toda a autonomia de um Diretório.
Daí a minha posição de estimular os companheiros a realizarem suas Convenções
Municipais, termos o número necessário de Diretórios para convocar a Convenção
que deve ser marcada pela Executiva Nacional, conforme o nosso Estatuto. Também
estávamos programando a realização de um Encontro Estadual em dezembro, o que
acabou não acontecendo devido à não prorrogação da Comissão Estadual. Além
desses prejuízos, estamos na insólita condição de não poder discutir, ainda, os
rumos que o nosso Partido deve tomar em São Luis e em muitos de nossos
municípios.
Acredito que um partido democrático prima pelas boas práticas
partidárias, dentre elas, a de que as instâncias tenham respeito entre si. Nada
mais salutar para um partido que a sua instância municipal seja respeitada pela
sua instância superior, isto é, a estadual, assim como o partido estadual pela
sua instância superior, a nacional. Qualquer decisão de uma instância superior,
sobre os destinos de sua instância inferior, deve ser feita baseada no que o consenso
ou a maioria desta determinou. Isto chama-se Democracia!
Jango, Brizola, Darci Ribeiro, Doutel de Andrade, Francisco
Julião, Abdias Nascimento, Getúlio Dias, Jackson Lago e tantos outros deram
suas vidas por essa instituição. Não podemos desconhecer a nossa história,
esquecer os nossos ideais e princípios. Estes, pelo que significam, são
eternos.
Escrevo com indignação e com a firmeza que todos devemos ter
ao encarar certas situações partidárias. É preciso que todos compreendam que o
nosso partido tem que ser e deve ser diferente, que deve respeitar a sua
história e o seu legado. Igualmente devemos nos preparar para os embates do
presente e futuro, com os pés no chão e de cabeça erguida, sabendo dos desafios
políticos, eleitorais e administrativos.
É o que temos tentado fazer aqui no Maranhão, ao honrar o
legado de seu fundador Jackson Lago, assim como a história de vida de todos os
seus fundadores, fazendo a política com P maiúsculo, fortalecendo o Partido
para apresentar candidaturas próprias e, quando não possível, fazer alianças
baseadas nos valores republicanos e éticos.
Acredito que, depois de uma grande e profunda discussão,
encontraremos as melhores decisões.
E não posso deixar de lembrar que, “quando se tem indignação
e coragem, damos lugar à Esperança”.
Saudações Trabalhistas!
Igor Lago
Imperatriz, 13 de janeiro de 2012.
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