Um dos nomes mais ilustres da resistência jornalística à ditadura militar, Alberto Dines continua firme e forte em sua trincheira no Observatório da Imprensa, brindando-nos com textos impecáveis e imperdíveis como o desta semana: Depois da Guerra Fria, a Guerra Santa, no qual dimensiona outro retrocesso (mais um!) impulsionado pela indústria cultural.
Recomendando a leitura da íntegra, destaco as linhas mestras:
"A questão religiosa está nas manchetes, capas, telinhas e monitores da mídia mundial. Há mais tempo, com mais destaque e mais espaço do que a crise econômica mundial (formalmente iniciada em setembro de 2008) e os conflitos bélicos propriamente ditos.
Novos tempos, velha intolerância |
Não se trata de um enfrentamento litúrgico ou teológico, Deus não está em discussão, nem a conquista territorial dos Estados conflagrados (...). O objetivo das cruzadas do século 21 é a conquista dos corações e mentes (mais aqueles do que estas) dentro desses Estados.
Saiu em Náufrago da Utopia....estamos testemunhando sem perceber (...) uma tentativa de paralisar o processo civilizacional que marca a humanidade há alguns milênios. Gigantesca guerrilha política, a primeira no gênero, verdadeiramente global, disfarçada em conflito confessional com o objetivo de trocar o ser humano pleno, soberano, em mero adorador de imagens e rituais.
...Defender o Estado secular não significa investir contra as religiões ou crenças, queimar templos, livros sagrados ou desrespeitar devoções. Significa apenas defender o Estado de Direito democrático e isonômico.".
Editado por Eri Santos Castro.
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