Continuam presos em Presidente Dutra os índios Guajajara que foram feridos pelo delegado de polícia civil Edmar Cavalcante no dia 7 de novembro na aldeia Barreirinha. O delegado quis forçar a liberação da BR 226 que um grupo de indígenas da Terra Indígena Canabrava havia bloqueado exigindo o cumprimento dos acordos assinados pelo Governo do Estado do Maranhão. Atendidos em Barra do Corda foram todos eles sumariamente detidos e transferidos a Presidente Dutra onde se encontram ainda hoje. Não há perspectivas imediatas de sua soltura. A Funai através do seu administrador regional de impertariz, Sr. Piancó, vem tomando providência no sentido de obter um ‘habeas corpus’ para libertar os indígenas presos arbitrariamente. Um dos indígenas se encontra com um corte na barriga de quase 20 centímetros e sem remédios. Corre perigo de infecção. Um outro, ferido na perna esquerda, tem vários parafusos colocados na tíbia. Profundamente deprimidos e indignados com a sua detenção, os indígenas afirmam que já foram submetidos a vários tipos de vexame e humilhações. Principalmente por um policial vindo de São Luis, por nome Beethoven. Alguns dias atrás ele abordou os três Guajajara na delegacia de Presidente Dutra e se dirigiu a eles chamando-os de todo nome. Afirmou que deviam ter morrido, pois eram todos assaltantes e bandidos. Nada ocorreu com o ‘servidor da lei’. Índios Guajajra da aldeia Barreirinha informaram que também o adolescente Hagair Guajajara ferido pelo delegado com um tiro no pescoço aproximadamente a 800 metros do lugar da agressão foi detido por cerca de 4 horas quando de sua internação. Ele é menor de idade e com problemas de saúde. O delegado nas inúmeras entrevistas sempre omitiu que ao fugir disparou vários tiros contra indígenas que não estavam no lugar da agressão ferindo pelo menos dois. Isso desmonta a versão de que ele teria atirado em legítima defesa, supostamente para se defender de índios que o agrediam com facões. Várias instituições aguardam que seja instaurado um inquérito para apurar as responsabilidades do delegado Cavalcante.
Por Pe. Claudio Bombieri.
Enviado por Eri Santos Castro.
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