Hoje (6) é o dia mundial da atividade física, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O leitor Marcos Santos Ferreira escreve um excelente artigo no Globo com relação a demonização do sedentarismo e ao mesmo tempo a afirmação de que a 'atividade física é saúde' quando há uma miríades de fatores- socia, culturais, psicológicos, ambientais, políticos etc- que desmentem o tom casual dessas palavras de ordem?
Como proclamar essa e outras "verdades" se a própria epidemiologia descreve o futuro como probabilidade, e não como predição? Assim, como proclamar que "ser ativo é ganhar anos de vida" quando não há a mínima garantia de se estar vivo no futuro?
Ora, isso quer dizer que sou contra a atividade física? Não. Quer dizer que sou contra considerá-la solução fácil para complexos problemas de saúde; contra a culpabilização do indivíduo por sua condição de saúde a despeito de seu contexto social; contra a banalização da relação entre atividade física e saúde; contra a demonização do sedentarismo como principal problema de saúde pública, que serve para obscurecer os determinantes sociais do processo saúde-doença. Ou seja, sou contra a afirmação peremptória de que "sedentarismo mata", enquanto se desconsidera que pobreza mata, analfabetismo mata, injustiça social mata, enfim, que viver nesse mundo louco e desigual mata, a cada dia um pouco...
Enviado por Eri Santos Castro.
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