22 de abr. de 2010

Casa de petista, espeto de Helena

Por Roberto Kenard ( Veja o Blogue do Kenard aqui)
Leio, no blog do jornalista Walter Rodrigues, o que se passa com a deputada petista Helena Heluy. Vale comentar a conversa que ela teve com o jornalista.
Logo no começo, há o seguinte:
A deputada estadual Helena Heluy não está desiludida, nem desencatada, nem mesmo decepcionada com a política maranhense. Está, digamos assim, enjoada disso tudo aí, inclusive da luta interna no seu PT. Daí porque não toma posição entre os petistas que desejam a coligação com o PMDB, como o filho José Antônio Heluy, secretário do Trabalho do governo Rosena Sarney, e os que preferem o PCdoB do amigo Flávio Dino.
Walter está fazendo a abertura da conversa, o que equivale a um resumo do que a deputada falou. Então, comentemos.
A deputada está, digamos assim, “enjoada disso tudo aí, inclusive da luta interna no seu PT”.
Cabe logo a pergunta: desde quando o PT da deputada não trava lutas ferozes internas? No entanto, apesar de ter sido sempre um partido incivilizado no Maranhão, a deputada nunca deixou a boa luta por enjoo. Hoje, delicada, prefere não tomar partido a favor dos que preferem a coligação com o PMDB – como o filho secretário, José Antônio Heluy – e “os que preferem o PCdoB do amigo Flávio Dino.”.
Doce, mas não convincente. Sobretudo, enjoativo.
— Estou só olhando, esperando para ver no que isso vai dar. E digo isso no sentido pejorativo, mesmo, que aprendi na linguagem do povo de Floriano.
Nada contra o povo de Floriano, mas se lá acham que isso é uma forma de jogar todos no mesmo saco, como iguais, lamento, mas no mínimo são desequilibrados. De qualquer forma, aqui a coisa beira o pernóstico. Há quem, no PT, se estraçalhe pelo PMDB de Roseana, e quem se dilacere pelo PCdoB de Flávio Dino. Civilizada, mas sobretudo pura, Helena Heluy prefere não tomar partido, já que é preferível (eu prefiro dizer: mais cômodo)ficar na arquibancada observando a turbamulta.
Helena Heluy está deixando a política, digamos, tradicional. Com as palavras da deputada:
— É uma decisão simples. Não estou zangada, nem pendurando nada, nem desistindo de nada, nem me aposentando, nem mudando de idéia sobre nada. Apenas resolvi que minha vida parlamentar acabou. Há outras maneiras de viver e lutar pelo que se acredita.
Tudo muito bom, tudo muito bacana. Certo? Nada disso. Se o PT do Maranhão faz a deputada sentir esses pruridos, é de perguntar:
- Por que não deixa de acreditar no lulo-petismo, algo 100 bilhões de vezes pior que a turma do Maranhão?
Isso mesmo. Não consta que Lula e sua turma chegaram ao poder por meio de algum purismo fora de lugar. Muito menos que tenham feito do poder uma forma de se aliar com algum gentleman ou  pessoa de moral e ética irretocáveis. A deputada não aceita que políticos, em nome de permanecer no poder, exaltem no aliado ou parceiro o que se condena no adversário. Concordo. Mas Lula e o PT, desde 2002, fazem pior: encontram qualidades em quem chamavam por expressões impublicáveis.
Como a política no Maranhão a isso se resume, infelizmente preciso acrescentar. Nada pessoal contra Helena Heluy, mas tudo contra suas posições políticas.
 
Enviado por Eri Santos Castro.

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