PARIS - A Academia Francesa anunciou nesta terça-feira a morte do antropólogo Claude Levi-Strauss, aos 100 anos. Considerado 'pai da antropologia moderna' e fundador da antropologia estruturalista, Levi-Strauss introduziu novos conceitos de comportamento e pensamento.
Nascido numa família judia francesa intelectual, Lévi-Strauss estudou Direito e Filosofia na Sorbonne, em Paris. Ele lecionou sociologia na Universidade de São Paulo nos anos 30 e fez várias viagens ao Brasil central para realizar seus primeiros estudos de etnologia entre populações indígenas, trabalho que desenvolveu ao longo da vida e que o transformou num clássico obrigatório das ciências humanas. Em 1955, publicou "Tristes trópicos" - um registro dessas expedições. No livro, ele conta como a vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Em "Tristes trópicos", que também foi traduzido como "O pensamento selvagem" (1962), ele mostrou que são poucas as distinções entre as chamadas sociedades civilizadas e as primitivas, que ele preferia chamar de sociedades sem escrita.
Levi-Strauss passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método utilizado para estudar a organização social das tribos é chamado de estruturalismo. O estruturalismo é identifica códigos de comportamento que são cruciais para o funcionamento de qualquer sociedade e parte da mente humana.
Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas linguísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha.
Três grandes temas são considerados seus trabalhos mais relevantes: a teoria das estruturas elementares do parentesco, os processos mentais do conhecimento humano e a estrutura dos mitos.
Do 'O Globo'
Enviado por Eri Santos Castro.
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