14 de jun. de 2009

Em menos de um mês são identificados três Sarney's fantasmas no Senado

Os jornais de hoje Folha, Estadão, O Globo, JB e Correio trazem matéria de capa sobre a crise moral do Senado. Alguns ( JB e Correio) falam em renúncia de presidente José Sarney, que já o levou a uma reação esdrúxula: 'Não renuncio nem pro açúcar'. Resolvir postar esta matéria do Estadão, veja:
Ato secreto deu cargo no Senado a sobrinha de Sarney que mora em MS

Apesar dos 1.079 quilômetros que separam sua casa de Brasília, ela foi contratada para vaga de confiança

Os boletins secretos que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirma desconhecer foram utilizados em maio de 2003 para nomear sua sobrinha Vera Portela Macieira Borges para um cargo na Casa. Apesar de morar em Campo Grande (MS), a 1.079 quilômetros de Brasília, ela foi contratada para exercer o cargo de confiança de assistente parlamentar, com salário de R$ 4,6 mil, originalmente na presidência do Senado. Sarney exercia, na ocasião, seu segundo mandato como presidente da Casa. Vera está na folha de pagamento do Senado até hoje.Assinada pelo então diretor-geral Agaciel Maia, a primeira nomeação de Vera foi publicada, às claras, no dia 24 de março de 2003, mas ela não tomou posse. Um mês e meio depois, porém, Agaciel assinou duas outras medidas, mas com caráter de sigilo. Uma delas, só agora divulgada, tratava da nomeação da sobrinha do presidente do Senado.

Procurada ontem, a assessoria de Sarney confirmou o parentesco, a nomeação e informou que, na verdade, Vera dá expediente no escritório político do senador Delcídio Amaral (PT-MS), em Campo Grande. No gabinete do senador em Brasília, que faz contato diariamente com o escritório de Delcídio na capital sul-mato-grossense, Vera também é uma desconhecida, de acordo com outros assessores consultados pela reportagem.

O senador Delcídio Amaral (PT-Mato Grosso) disse que foi Sarney quem lhe pediu que acolhesse Vera em seu escritório. "Ele me solicitou, porque ela estava aqui, em Campo Grande, e eu atendi", disse. Vera é filha de José Carlos de Pádua Macieira, irmão de Marly Sarney, mulher do presidente do Senado. A súmula do STF proíbe "a nomeação de parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, da autoridade nomeante investido em cargo de direção". A assessoria de Sarney atribuiu a "um erro técnico" o fato de a nomeação ter sido publicada reservadamente. Na quarta-feira, o Estado revelou que o Senado contratara João Fernando Sarney, de 22 anos, por um salário de R$ 7,6 mil. Ele é neto do presidente do Senado, que também tem outra sobrinha na Casa. É Maria do Carmo de Castro Macieira, filha de outro irmão de Marly, nomeada em ato público para o gabinete da ex-senadora Roseana Sarney - hoje governadora do Maranhão. Maria do Carmo mora e trabalha em São Luís, no escritório político de Roseana. Seu salário é de R$ 2,7 mil. Por determinação de Sarney, os atos secretos - hoje publicados em meio aos demais, na data em que passaram a fazer efeito - serão divulgados separadamente.

Ontem, o procurador Marinus Marsico, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, entrou com pedido de abertura de investigação dos atos secretos.
Postado por Eri Santos Castro.

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