5 de ago. de 2009

Sarney e a república de Alagoas



A República de Alagoas voltou.
Acionados pelo senador José Sarney, os seus dois mais notórios representantes no Congresso Nacional, Fernando Collor e Renan Calheiros, protagonizaram segunda-feira no Senado um espetáculo de truculência e intimidação que logrou dar um sentido ainda mais degradante ao que já está implícito na expressão "tropa de choque". O ex-presidente da República, despejado do Planalto por corrupção, e o presidente do Senado, obrigado a renunciar ao cargo para conservar o mandato, investiram com fúria e brutalidade contra o peemedebista dissidente Pedro Simon porque ele teve a ousadia de pedir que Sarney deixasse a direção da Casa antes da reunião de hoje do Conselho de Ética, onde é alvo de 11 representações ou denúncias de partidos e parlamentares oposicionistas. O gaúcho comparou a situação de Sarney à de Getúlio Vargas na crise que o levou ao suicídio, em agosto de 1954.

General de Collor desfila pelo Senado

Bastou o senador Fernando Collor (PTB-AL) reforçar publicamente a defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que seus velhos aliados começassem a reaparecer no plenário da Casa.
Aos 82 anos, o ex-senador pernambucano Ney Maranhão desfilou ontem pelo Senado tentando reviver o tempo em que foi um dos generais da tropa de choque de Collor, durante a tentativa de resistência ao processo de impeachment que o afastou da Presidência em 1992.

Até mesmo o fato de Collor ter revivido o antigo estilo do "bateu, levou", ao atacar duramente o senador Pedro Simon (PMDB-RS) na sessão de segunda-feira, arrancou elogios de Maranhão. "Collor sempre foi firme desse jeito. Sempre seguro nas suas posições", afirmou.

Atualmente, Maranhão ocupa uma vaga justamente na assessoria que Collor tem direito por ter sido ex-presidente da República. Durante o mês, passa 20 dias em Pernambuco, no que chama de "posto avançado no Nordeste da assessoria de Collor" e o restante do tempo fica em Brasília. "O presidente Collor me disse que quer que eu passe mais tempo por aqui."
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Postado por Eri Santos Castro.


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