24 de jul. de 2009

Carlão, da Marazul, nega envolvimento com Sarney

As notas fiscais são da empresa de Carlão, a conhecida Marazul. Ele nega ter trabalhado para a candidatura do senador Sarney, no Amapá. O jornal 'O Globo' de hoje, traz esta denúncia como matéria de capa.


Na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do então candidato José Sarney (PMDB-AP) ao Senado, em 2006, três notas, que somam R$ 174.660, estão entre aqueles documentos cuja prestação de serviço é questionável. O trabalho executado, de acordo com dados disponíveis no site do TSE, teria sido "publicidade por carro de som". (Os recentes escândalos no Congresso e as providências que foram tomadas)

Acontece que a empresa que teria sido contratada fica em São Luís, distante 1.776 km do Amapá, por onde o senador se reelegeu. A Job Eventos e Locação, cujo nome comercial é Marazul Produções, funciona no mesmo endereço que uma distribuidora de medicamentos e de uma empresa de pesquisas eleitorais, na rodovia BR 135, no Km 5. Seu proprietário, Carlos Cavalcanti, que conversou com O GLOBO nesta quinta, negou que tenha trabalhado para a campanha de Sarney ao Senado. A empresa constrói trios elétricos e aluga, inclusive, palcos.
-Não trabalhei com ele. Tratei tudo com o pessoal da Roseana
.- Trabalhei para a Roseana - disse, referindo-se à campanha da filha do senador, Roseana Sarney, que, em 2006, disputou - e perdeu - o governo do Maranhão.

Na prestação de contas de Roseana - que assumiu o governo com a cassação de Jackson Lago (PDT), acusado de compra de votos - há cinco notas da Job Eventos, de publicidade por meio de carros de som. Ela gastou R$ 520 mil nesse tipo de propaganda. No total, segundo o TSE, a campanha de Roseana custou R$ 6,935 milhões. Cavalcanti disse que a candidata alugou carros pequenos, caminhonetes. O GLOBO perguntou de novo se ele prestara serviços à campanha de Sarney. E a resposta, pela segunda vez, foi:
- Não, não prestei. Certeza! (Leia mais: Analistas sobre o clã Sarney: 'Eles pensam que o Brasil deles')

Diante da informação de que havia três notas dele na prestação de contas do senador, Cavalcanti disse:
- Não trabalhei com ele. Tratei tudo com o pessoal da Roseana.
Acho que mandamos uns dois carros para lá
-Mas, diante de mais uma pergunta, voltou atrás:
- Acho que mandamos uns dois carros para lá - disse, sem muita certeza.

A campanha de Sarney custou, segundo declarou ao TSE, R$ 1,697 milhão. O GLOBO procurou falar com o senador, mas sua assessoria informou que ele estava se aprontando para viajar para São Paulo para acompanhar sua mulher, dona Marly, que havia sofrido uma queda.
Com 'O Globo'
Postado por Eri Santos Castro

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