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7 de abr. de 2013

Jackson Lago

“Médico de corpos, médico de gente, Jackson Lago cometeu o erro de também querer sarar a sociedade de suas feridas. Feridas profundas, como o analfabetismo, o desemprego, a corrupção e a pobreza absoluta”.
“Não entendeu que a sociedade não quer ser curada, que talvez a sociedade goste de sua dor, que se alimente para sobreviver dessas crianças enveredando pelo caminho do crime, dessa juventude que se desmancha sem que muito possamos fazer para salva-la”.
São trechos de um artigo que publiquei quando da passagem da morte do governador Jackson Lago. No mesmo artigo perguntava: Quem sabe, Senhor Governador, a sociedade não tenha cura? Talvez apenas para lamentar a sensação de inutilidade de todos aqueles anos de luta contra a virulência do poder constituído.
Na quinta-feira, a doutora Clay Lago recebeu na Igreja da Sé e no Grand Hotel São Luís todos nós que, de uma forma ou de outra, concordando com suas posições políticas ou não, amamos Jackson Lago, como ser humano e como herói da Resistência. Estava sendo lançado o primeiro número da Revista do Instituto Jackson Lago, cujo editor é o competente e impaciente jornalista e escritor Manoel dos Santos Neto. E não se duvide que com esse editor a revista possa reescrever a história do jornalismo político do Maranhão.
Cultue-se, pois, a memória política desse homem que nem quando visivelmente abatido da dor causada pelos males físicos que o atingiam deixou a frente de batalha e se negou a lutar pela liberdade. Não se canse jamais de repetir em nome de tudo que Jackson Lago representa para o Maranhão: “Hay hombres que luchan um dia/ y son buenos/ hay otros que luchan um año/ y son muy buenos/ Hay quienes luchan muchos años/ y son muy buenos/ Pero hay los que luchan toda la vida/ eso son los imprescindibles”... (Bertold Brecht)
E Jackson Lago continua lutando. Para além da vida. 

 Por JM Cunha Santos.
Enviado por Eri Santos Castro.
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