26 de mai. de 2013

O estarrecimento com as 'impropriedades' do ministro Joaquim

Confesso que tenho ficado estarrecida com algumas "impropriedades" do Min. Joaquim Barbosa após ter assumido a Presidência do Supremo Tribunal Federal. Talvez por ingenuidade, imaginava vê-lo mais contido e sereno quando investido na condução da mais alta Corte do país. 
 
O que se tem visto, no entanto, é uma sucessão de condutas que tem feito uma verdeira 'festa" na imprensa nacional : agressão a jornalistas, constrangimentos a serventuários que lhes são subordinados, destratos a seus próprios pares de Tribunal, especulações que generalizam de forma maliciosa e truculenta a relação de todos os advogados com juízes, etc. 
 
Apesar de já estar preparada para o que poderá ainda vir, nada me deixou mais indignada que ver a forma jocosa e sarcástica com que o Sr. Ministro afirma acreditar que os advogados brasileiros começam a trabalhar só a partir das 11:00 hs. Verdadeiro desconhecimento e distanciamento da realidade judiciária brasileira. Não, Sr. Ministro. Nós advogados militantes, saimos cedíssimo de nossas casas, por que às 08:00 hs, já estamos nas centenas de salas de audiências das Justiças Estaduais, do Trabalho e Federal. 
 
Além das Delegacias, penitenciárias, Ministério Público, etc. Temos que ajuizar ações e cumprir nossos prazos ao longo do dia para fazer a "engrenagem " da Justiça funcionar. 
 
A maioria das vezes, não almoçamos, exatamente por conta destes prazos ou das audiências da tarde. Saímos tarde dos escritório e levamos, quse sempre, serviço para casa, ainda mais após o advento dos processos judiciais eletrônicos. Só temos férias com nossos maridos/esposas, filhos e pais durante o "abençoado" recesso. 
 
Decididamente, não temos a vida boa que foi dado a entender para as demais pessoas e, na prática, nunca começamos a trabalhar às 11:00hs. Esta é a rotina de 99% dos advogados brasileiros. Pode até ser que Vossa Excelência estivesse se dirigindo só as "advogados da Corte", normalmente "líderes de grandes bancas" ou "advogados-filhos de ministros", mas estes não nos representam.

Nenhum comentário: