10 de out. de 2011

Por que a agenda das greves dos trabalhadores não toca em questões estruturais?

Depois dos bancos e dos Correios, governo pode enfrentar uma paralisação bem mais perigosa: a dos petroleiros. O movimento sindical tem que sair da pauta meramente economicista. Deveria incluir as causas das crises cíclicas do capitalismo que penetencia os trabalhadores empregados e desempregados do país e do mundo. Aí sim estaríamos diante de um movimento reivindicatório que deslocaria o governo Dilma à esquerda. Agora só reivindicar aumento de salário, não toca em questões estruturais. Toca somente em questões conjunturais.

Enviado por Eri Santos CAstro.

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2 comentários:

elizeu disse...

Eri,

Boa pauta para reflexão. Mas, resta uma pergunta: o governo tem interesse em discutir nesse nível? Pela obsessiva busca do alinhamento dos movimentos sociais com o governo ocorrido nos últimos 8 anos, isso parece estar fora de cogitação.

Abraços,

Elizeu

Carlos Pereira disse...

Concordo contigo em parte... Mas, devemos considerar que ações mais pró-ativas e com intensidade suficiente que poderiam redundar em mudanças mais estruturantes, como "greve geral", controle social com autonomia e outros, após a eleição de Lula transformaram-se em reminiscências de um passado não tão distante. O processo de alinhamento dos MS ao governo (marcado pela cooptação, instrumentalização, renúncia intelectual) levaram, em grande parte, a esse quadro de inércia social, que só não é total por conta da atual(e histórica)luta dos indígenas e quilombolas. Mais economicista que o modelo de desenvolvimento (desde sua política econômica até a social)assumido por este governo, impossível. As reações, ainda que fragmentárias tem lá sua razão de existir... O velho e bom antagonismo entre Estado e sociedade civil parece ter saído de cena - paradoxalmente, em pleno processo de acirramento da disputa de projetos de desenvolvimento - e se transformado em um misto de corporativismo dos segmentos da sociedade misturado a um fisiologismo militante da política partidária (esta, extremamente focada na dimensão político-eleitoral). Nessa conjuntura, mudanças estruturais certamente estão fora de cogitação como colocou o Elizeu. As ruas, vazias, saudosas, mas sempre receptivas (justamente o contrário de Wall Street, mas que estão sendo ocupadas)- aguardam por uma reação ...
Abraços Carlos