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10 de abr. de 2012

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara oficializou pedido de processo disciplinar contra o Deputado Jair Bolsonaro ‘por quebra de decoro parlamentar’

"Esse senhor já passou todos os limites aceitáveis da democracia”, diz Domingos Dutra sobre Bolsonaro

"Esse senhor já ultrapassou todos os limites aceitáveis da democracia. Queremos com nossa representação que uma atitude seja tomada para que ele respeite a discussão democrática", assim manifestou o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM), Deputado Domingos Dutra (PT-MA), ao destacar o lamentável episódio, ocorrido na semana passada, protagonizado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que tentou obstruir e tumultuar sessão da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça – ligada à CDHM.

A Comissão realizava sessão reservada, na última terça-feira (3), para ouvir depoimentos de ex-integrantes do Exército e camponeses envolvidos na Guerrilha do Araguaia. A reunião foi fechada a pedido dos convidados e, segundo a comissão, preservar a integridade física dos depoentes, que sofrem ameaças. Mas, mesmo reservada, foi registrada pela TV Câmara, apenas para uso interno dos parlamentares.
Indignado, Jair Bolsonaro adentrou a sala, começou a criticar a sessão com xingamentos e ofensas aos deputados e convidados que prestavam depoimentos.
 
O Deputado Domingos Dutra e um grupo de parlamentares que integram a comissão estiveram reunidos na última quarta-feira (4) com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pedindo providências contra o “comportamento incompatível com o mandato parlamentar”. Na representação, a CDHM incluiu a gravação da reunião onde Bolsonaro aparece ofendendo os parlamentares e convidados.
Nas filmagens, Jair Bolsonaro aparece pedindo o nome e o endereço dos depoentes ao secretário da comissão, Márcio Araújo. Como os dados eram reservados e negados ao deputado, Bolsonaro xingou o servidor de "cachorrinho". Em seguida, começou a fotografar os depoentes e, ao ser alertado da proibição pelo secretário, Bolsonaro disse que "a conversa não chegou ao chiqueiro". Ele teria repetido a mesma expr essão ao referir-se ao deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que tentava evitar o tumulto na reunião. E, aos berros, chamou os depoentes de mentirosos, segundo narração dos integrantes da comissão.

Um trecho do documento entregue pela Comissão de Direitos Humanos ao presidente Marco Maia cita: "Seus gritos constituíram visíveis ameaças aos depoentes a ponto de um deles não conter o choro de medo e indignação". Maia afirmou que encaminhará o documento ao corregedor da Câmara, Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).


"A bola está com a Mesa da Câmara. Nós não vamos permitir que a comissão seja constrangida e, caso haja maiores problemas, a responsabilidade será da Mesa", afirmou o presidente da CDHM, Deputado Domingos Dutra, após o encontro com Marco Maia.
Após o tumulto, Jair Bolsonaro ainda criticou, no plenário da Câmara, a Comissão da Verdade, criada em outubro, pela presidente

Dilma Rousseff – que ficou de indicar os sete componentes do colegiado. "Comissão da patifaria! Eu quero saber quem são os sete venais ou os sete sem caráter que vão aceitar fazer parte (da comissão)", disse Bolsonaro.
Devido a demora da Presidenta Dilma em instalar oficialmente a Comissão da Verdade, que a Câmara criou em outubro passado, a Comissão de Direitos Humanos criou uma comissão paralela a do governo e se reuniu esta semana para ouvir os primeiros depoimentos. Os parlamentares da comissão criticam a demora da Presidenta em indicar os nomes e instalar a comissão.

Da Assessoria de Imprensa.
Enviado por Eri Santos Castro.
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