"Esse senhor já passou todos os limites aceitáveis da democracia”, diz Domingos Dutra sobre Bolsonaro
"Esse
senhor já ultrapassou todos os limites aceitáveis da democracia.
Queremos com nossa representação que uma atitude seja tomada para que
ele respeite a discussão democrática", assim manifestou o presidente da
Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM), Deputado Domingos Dutra
(PT-MA), ao destacar o lamentável episódio, ocorrido na semana passada,
protagonizado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que tentou obstruir e
tumultuar sessão da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça –
ligada à CDHM.
A
Comissão realizava sessão reservada, na última terça-feira (3), para
ouvir depoimentos de ex-integrantes do Exército e camponeses envolvidos
na Guerrilha do Araguaia. A reunião foi fechada a pedido dos convidados
e, segundo a comissão, preservar a integridade física dos depoentes, que
sofrem ameaças. Mas, mesmo reservada, foi registrada pela TV Câmara,
apenas para uso interno dos parlamentares.
Indignado,
Jair Bolsonaro adentrou a sala, começou a criticar a sessão com
xingamentos e ofensas aos deputados e convidados que prestavam
depoimentos.
O
Deputado Domingos Dutra e um grupo de parlamentares que integram a
comissão estiveram reunidos na última quarta-feira (4) com o presidente
da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pedindo providências contra o
“comportamento incompatível com o mandato parlamentar”. Na
representação, a CDHM incluiu a gravação da reunião onde Bolsonaro
aparece ofendendo os parlamentares e convidados.
Nas
filmagens, Jair Bolsonaro aparece pedindo o nome e o endereço dos
depoentes ao secretário da comissão, Márcio Araújo. Como os dados eram
reservados e negados ao deputado, Bolsonaro xingou o servidor de
"cachorrinho". Em seguida, começou a fotografar os depoentes e, ao ser
alertado da proibição pelo secretário, Bolsonaro disse que "a conversa
não chegou ao chiqueiro". Ele teria repetido a mesma expr essão ao
referir-se ao deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que tentava evitar o
tumulto na reunião. E, aos berros, chamou os depoentes de mentirosos,
segundo narração dos integrantes da comissão.
Um
trecho do documento entregue pela Comissão de Direitos Humanos ao
presidente Marco Maia cita: "Seus gritos constituíram visíveis ameaças
aos depoentes a ponto de um deles não conter o choro de medo e
indignação". Maia afirmou que encaminhará o documento ao corregedor da
Câmara, Deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
"A
bola está com a Mesa da Câmara. Nós não vamos permitir que a comissão
seja constrangida e, caso haja maiores problemas, a responsabilidade
será da Mesa", afirmou o presidente da CDHM, Deputado Domingos Dutra,
após o encontro com Marco Maia.
Após o tumulto, Jair Bolsonaro ainda criticou, no plenário da Câmara, a Comissão da Verdade, criada em outubro, pela presidente
Dilma
Rousseff – que ficou de indicar os sete componentes do colegiado.
"Comissão da patifaria! Eu quero saber quem são os sete venais ou os
sete sem caráter que vão aceitar fazer parte (da comissão)", disse
Bolsonaro.
Devido
a demora da Presidenta Dilma em instalar oficialmente a Comissão da
Verdade, que a Câmara criou em outubro passado, a Comissão de Direitos
Humanos criou uma comissão paralela a do governo e se reuniu esta semana
para ouvir os primeiros depoimentos. Os parlamentares da comissão
criticam a demora da Presidenta em indicar os nomes e instalar a
comissão.
Da Assessoria de Imprensa.
Enviado por Eri Santos Castro.
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