27 de jul. de 2011

Nós e o resto: por que os humanos não se veem como iguais?



Cena de "2001: Uma Odisséia no espaço"

PARTINDO DE UM brilhante roteiro assinado por Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, 2001: uma odisseia no espaço (1968), dirigido por Kubrick, é um filme-ícone na história do cinema. Isto é ponto pacífico. Mas, para mim, em particular, as cenas mais impactantes, que mais me inspiraram questionamentos e reflexões, não se encontram naquele estágio da trama em que HAL 9000, o computador de bordo com a mais avançada inteligência artificial, vira-se contra os astronautas da nave espacial Discovery, destacando a já não tão recente oposição máquina-versus-homem como releitura do mito da criatura que se volta contra seu criador. Para mim, as cenas mais marcantes do filme estão naquele seu primeiro ato, que traz o título não pouco perspicaz de “A aurora do homem” (“The dawn of man”, no original).


Os silenciosos 20 minutos iniciais desse longa-metragem nos coloca na posição, digamos, um tanto desconfortável de voyeurs de nosso passado evolutivo, de telespectadores de um bizarro Big Brother focado no ambiente ancestral, enquanto somos confrontados com cenas do banal cotidiano de alguns de nossos antepassados hominídeos. Num desses momentos, um grupo desses símios pré-históricos se encontra ao redor de um poço d’água, descansando e saciando a sede, quando, de repente, um bando rival se aproxima, com gestos e urros ameaçadores. É quando indivíduos de uma mesma espécie colocam-se, então, em lados antagônicos, disputando a única fonte de água potável naquelas redondezas. E, o que não é nenhuma novidade para quem conhece a história de conflitos assim, o grupo mais forte sai vencedor, expulsando os outros do local.

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Autor: Camilo Gomes Jr.
Enviado por Eri Santos Castro.
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