31 de out. de 2009

Professores protestam contra o acordo entre o governo e sindicato

Com 80% das escolas estaduais paradas, um grande número de professores da
rede de ensino estadual, organizados no Movimento de Resistência dos
Professores (MRP), voltou a protestar na manhã de ontem, 30. A
manifestação foi motivada pela aprovação do acordo salarial de reajuste
emergencial de 10%, realizada entre o governo do Estado e o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma). Mais de
1.200 professores, lotados na capital, marcharam da Praça Deodoro até o
Palácio dos Leões sob gritos de protestos e indignação, munidos de apitos
e faixas gigantescas onde expressavam toda a sua revolta.

De acordo com o sindicalista e professor Marcelo Pinto, integrante do MRP,
durante assembléia realizada na sede do Sinproesemma, a categoria rejeitou
o acordo, fruto de quase seis meses de negociação da direção do sindicato
e o governo. E que, por isso, decidiu lutar por um reajuste de 19,21%
retroativo a janeiro e pelo Plano de Cargos Carreira e Salários
(PCCS). “Percebemos que a última via teria que ser acionada, por isso a
categoria, e não o MRP isoladamente, decidiu pela paralisação, como
instrumento de pressão social para que a pauta de reivindicações seja
plenamente atendida. Não podemos acatar essa reposição salarial que na
verdade foi de 8% a ser pago agora no mês de outubro, e os outros 2%
seriam pagos em janeiro”, declarou.

O professor afirmou que eles são a base do Sinproesemma e reiterou que o
papel da diretoria da entidade é cumprir as deliberações tomadas pela
categoria em todas as suas instâncias. Marcelo Pinto disse também que essa
é mais uma tentativa de golpe de governo do Estado que insiste em
descumprir a Lei do Piso e do Fundeb, oferecendo um acordo que não
contempla os anseios dos trabalhadores em educação. “O posicionamento da
Secretaria de Educação é de total intransigência, a governadora recomendou
aos diretores de escolas que nos colocassem falta. Mas, isso não nos
intimida; portanto, ressaltamos que continuaremos parados até que nosso
posicionamento seja aceito, pois a vontade de uma diretoria isolada não
reflete a vontade da coletividade”, disse ele.

O MRP confirmou que a Justiça do Trabalho foi acionada por eles, para
requererem as atas das assembléias regionais, a fim de anular as ações da
diretoria do sindicato na condução da efetivação do acordo, que segundo a
categoria, descumpriu o estatuto da entidade em vários artigos. “Temos
ainda outras reivindicações essenciais das quais não abriremos mão, como a
construção do PCCS, a reformulação do Estatuto do Magistério, a concessão
imediata das aposentadorias, progressões e titulações; gestão democrática
nas escolas e concurso público para todos os profissionais da área. Sem a
garantia desses pleitos não nos renderemos às manobras do governo e da
direção do Sinproesemma que fez e fará de tudo para usurpar nossos
direitos”, relatou Marcelo Pinto.

Do JP.
Enviado por Eri Santos Castro.

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