29 de jan. de 2016

Abdon Marinho: "A prefeitura de São Luís e o cadeirante. A vergonha e a indignação"


VERGONHA E INDIGNAÇÃO.
 
Somente hoje, num programa jornalístico da televisão, assisti à dolorosa cena de uma cadeirante descendo de um ônibus na nossa capital.
Portador de deficiência (embora sem ser cadeirante) não pude deixar de me colocar na condição daquela senhora. E se fosse comigo?
Mais de uma vez, aqui mesmo, reclamei da falta de respeito da cidade para com seus cidadãos. São calçadas desniveladas, estreitas, esburacadas; falta de rampas decentes; elevadores, etc.
Em que pese exista uma lei garantindo a todos o direito à acessibilidade, no Brasil, no Maranhão, muito pouco foi feito.
que pese exista uma lei garantindo a todos o direito à acessibilidade, no Brasil, no Maranhão, muito pouco foi feito. 
É certo que já circulam ônibus com elevadores, entretanto, as paradas, não foram feitas ou adaptadas para ficarem na mesma altura dos elevadores.
Isso quando existem paradas de ônibus. Ainda por toda cidade assistimos os cidadãos se protegendo do sol ou da chuva, sob marquises, atrás de postes. Isso em plena capital do estado.
Isso todos nós estamos cansados de saber, de assistir.
O que aconteceu com aquela senhora cadeirante foi um pouco além das desgraças vivenciadas no dia a dia.
Aquela imagem me fez pensar que tipo de pessoas estamos nos tornamos. Será que ao motorista ou cobrador do ônibus não ocorreu a ideia, o gesto ou a sensibilidade de ajudar aquela senhora? Será que a nenhum dos passageiros ninguém, nenhum deles poderiam ajudar?
A concessionária presta um serviço aos usuários. Se um equipamento não funciona, o lógico não seria ajudar o consumidor para que este sofresse o mínimo de aborrecimento possível? Noutros negócios acontece isso, por que não no ônibus? Será que os funcionários não recebem um mínimo de treinamento para lidar com este tipo de situação? Será que os funcionários e também os passageiros pensavam que deixar a senhora à própria sorte faz parte de alguma política de autoafirmação?
Na verdade faltou sensibilidade.
Esta falta de sensibilidade, gentileza, humanidade é fruto do nosso egoísmo. Ninguém mais se acha no dever de ajudar o próximo. Seus problemas nos são indiferentes.
Vejam é necessário uma lei para nos garantir direitos mínimos, termos acesso aos lugares, as repartições públicas, cinemas ou teatro. E ainda assim essa lei é desrespeitada todos dias, na verdade, nunca foi sequer implementada.
Até o direito à vagas exclusivas nos estacionamentos nós é negado, não pelas autoridades ou apenas por elas, mas pelos cidadãos comuns, pessoas de bem. Estes sábios devem achar que se trata de algum privilégio. Não, não é.
Somos também cidadãos que trabalham mais de cinco meses por ano apenas para pagar impostos. Temos os mesmos direitos dos demais cidadãos. O direito de desfrutar da cidade e de sermos tratados com dignidade e respeito por todos, principalmente, pelas autoridades.
Não somos meio-cidadãos, não podemos ser tratados como se fôssemos.
Temos direito e exigimos respeito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ainda estou em dúvida, o elevador funcionou ou não? Pois disseram que havia funcionado e que o cobrador e o motorista que se recusaram ajudar. Esse caso tem que ser devidamente apurado para que a Prefeitura puna os responsáveis!

Anônimo disse...

Por isso que sempre defendi a licitação do transporte público, quero vê se quando as empresas estiverem licitadas, elas não irão dá um jeito de qualificar seus funcionários para esse tipo de situação.