O Planalto deu início às
consultas partidárias para realizar as mudanças na primeira reforma
ministerial do governo Dilma Rousseff. Nos últimos dias, PP e PDT já
foram avisados que os ministros Mário Negromonte (Cidades) e Carlos Lupi
(Trabalho) sairão do governo. Ao PP o governo garantiu que o partido
ficará com a pasta e sugeriu à legenda que abra um processo discreto de
consulta interna para apresentar um substituto de consenso. No caso do
PDT, não há essa garantia.
Mas o PDT trabalha nos bastidores para
manter a pasta, o que incomoda o Planalto. Diante da pressão pedetista, o
ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) afirmou nesta
quarta-feira que a decisão de manter Lupi cabe só à presidente Dilma.
Foi uma reação à movimentação de setores do partido para substituir Lupi
antes da reforma e, assim, tentar manter a pasta com o PDT.
- Primeiro, isso (o governo) não é um
parlamentarismo. A presidente é que toma a decisão. Segundo, não há
nenhuma manifestação formal do PDT de se retirar da base aliada. Pelo
contrário. Há uma reafirmação. Acho que a atitude deles é muito nobre,
de apoio ao governo. Para nós não tem nenhuma mudança, o Lupi continua.
Nós precisamos é produzir, trabalhar – disse Gilberto.
Outros cinco nomes são cotados para siar
na primeira reforma de Dilma: Fernando Haddad (Educação), Iriny Lopes
(Secretaria das Mulheres), Fernando Bezerra Coelho (Integração
Nacional), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Ana de Hollanda
(Cultura). Os três primeiros porque avisaram que disputarão as eleições
municipais. Os dois últimos são citados frequentemente na lista de
ministros com fraco desempenho e sem apoio partidário.
PP tem três nomes para substituir Negromonte
Os primeiros sinais
emitidos pelo Planalto aos partidos indicam que a reforma ministerial
será bem menor do que previsto inicialmente. Isso porque as seis
mudanças de ministros feitas ao longo no últimos cinco meses tiraram a
margem de manobra que Dilma tinha para fazer o remanejamento nas pastas.
Nesta terça-feira, Gilberto recebeu em
audiência o líder do PP, deputado Aguinaldo Nogueira (PB). Segundo
relatos, o Planalto avalia que Negromonte perdeu as condições políticas
para permanecer, principalmente por não ter o apoio da bancada.Entre os
cotados no PP para substituir Negromonte estão o deputado Márcio
Reinaldo (PP-MG) e os senadores Francisco Dornelles (RJ), presidente do
PP, e Ciro Nogueira (PP-PI).
No caso do Trabalho, a constatação no
Planalto é que a situação de Lupi é insustentável politicamente. Mas
Dilma não vai se submeter aos caprichos do PDT, resumiu um ministro.
Nesta quarta-feira, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou a
estratégia do seu partido para continuar com a pasta:- Você viu? Se
tivessem me ouvido lá atrás! Agora passou da hora. Perderam o timing!
Pauta: via blogue de Robert Lobato.
Saiu em O Globo.
Enviado por Eri Santos Castro.
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