1 de nov. de 2011

O caminho de volta de Ignácio de Loyola Brandão


Em novo livro, o escritor paulista implode as fronteiras entre passado e presente com as lembranças do que vale ser revivido pela escrita

Alguém escreveu certa vez (quem souber, por favor, avise; nessa o Google não ajudou): não importa para onde vamos, estamos sempre voltando para casa. Para um escritor, é possível imaginar que o caminho de volta tenha uma dose extra de sobressaltos. É o que, em outras palavras, Gabriel Garcia Márquez definiu como ofício, em seu “Viver para Contar”. “A vida não é o que a gente viveu, mas como a gente viveu, e como recorda para contá-la.”

A lógica parece pulverizada em qualquer obra, qualquer mesmo, que leve em conta o sentido da escrita e suas memórias, referências, questionamentos, amores incicatrizáveis e ódios mal distendidos. Mas algumas conseguem encerrar em si a própria reflexão sobre o ofício, mesmo não se tratando de autobiografia. Uma reflexão, portanto, sobre o que se pensa enquanto se escreve – ou seja, sobre o que vale a pena ser vivido, revivido, lembrado, contado. É quando o autor passa a ser também personagem da própria ficção, numa sobreposição de planos entre sujeito e objeto de uma mesma história.

Em seu novo livro, “Acordei em Woodstock”, Ignácio de Loyola Brandão leva essa postura a um outro patamar. A leitura, aparentemente sobre um simples relato de uma viagem feita com a mulher e um casal de amigos (um primo e a esposa) pela costa leste dos Estados Unidos, é um testemunho de que, a certa altura da vida, é impossível se desconectar de um mundo já vivido, ouvido, sonhado ou sentido. Ao escrever o relato em 2011, Loyola relembra do Loyola de 2000, ano em que foi realizada a excursão. Não deixa de ser uma vista privilegiada, sabendo, 11 anos depois, o que aconteceu com o Planeta na década que se seguiu àquela viagem, realizada às vésperas dos desmoronamentos do 11 de Setembro.

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Por Matheus Pichonelli, na Carta Capital.
Editado por Eri Santos Castro.
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