Esse é o melhor retrato do Maranhão da era Sarney
Família de mulher que teve 7 filhos com o pai recebe R$ 62 por mês
Valor faz parte de benefício do Bolsa Família, diz Conselho Tutelar.
Pescador foi preso por manter jovem de 28 anos em cárcere no Maranhão.
Glauco Araújo
Do G1, em São Paulo
Polícia Civil do Maranhão)A jovem de 28 anos que teve sete filhos com o pai, um pescador de 54 anos, recebe benefício de R$ 62 do programa Bolsa Família, segundo informações do Conselho Tutelar de Pinheiro (MA). Ela foi mantida em cárcere privado desde os 12 anos no povoado de Extremo e se alimentava, assim como os filhos, com o fruto da pesca e do que plantavam no quintal da casa, feita de barro e coberta de palha. O pai das crianças foi preso na terça-feira (8).
De acordo com o conselheiro tutelar José Ribamar Brito, o benefício foi concedido à família pelo fato de duas das crianças que o pescador teve com a filha estarem matriculadas em uma escola municipal de Pinheiro. "O que não sabemos ainda é detalhes sobre a frequência delas na sala de aula. A mãe, por ser analfabeta, não sabe dizer há quanto tempo os filhos estão na escola e nem em quais anos escolares elas estudam."
'Meus filhos chamam o pai de avô', diz mulher mantida em cárcere no MA Mulher em cárcere privado tem 7 filhos com próprio pai, diz polícia Laudo mostra que pescador no MA estuprou 'filha-neta', diz polícia Filhos de pescador que mantinha mulher em cárcere fazem exames Moreira, assistente social do Ministério Público de Pinheiro, disse que o benefício não é suficiente para garantir a inclusão social da família. "Eles viviam isolados. É exemplo negativo da precarização da família e de abandono. Tudo isso pode ter contribuído para que a situação chegasse até onde chegou."
Relação familiar
A mãe das sete crianças disse ao G1 que os filhos chamam o pai de avô. Ela descreveu a relação de seus filhos com o pescador como sendo de netos. "Eu o chamo de pai", disse a jovem. A assistente social Marilza afirmou que as crianças não reconhecem o pescador como pai. "Elas dizem que ele é o avô delas."A jovem, ainda abalada com a prisão do pescador, tenta entender o que está acontecendo com sua vida. "Eu não saía de casa com medo do que poderia acontecer com meus filhos. Não sabia o que ele poderia fazer com elas", disse a mãe das sete crianças. A jovem e os filhos estão vivendo em um alojamento improvisado no Conselho Tutelar de Pinheiro desde que foram retirados da casa em que moravam.
Marilza afirmou que a prioridade da promotoria da Infância e da Juventude é prestar apoio para a família neste momento de transição. "A questão da guarda das crianças ainda não está em debate. Acho que seria pior para as crianças que elas se afastassem da mãe. Elas já estão tendo dificuldades para entender o que está acontecendo agora, se forem separadas da mãe, perderão toda a referência familiar que ainda têm."
O pescador está detido na carceragem da Delegacia de Pinheiro, em cela separada dos demais, onde deve permanecer até a conclusão do inquérito. Ele deve ser indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável, abandono material, abandono intelectual, maus-tratos e cárcere privado.
Estupro
O laudo pericial realizado nas duas "filhas-netas" do pescador confirmou que a criança de 5 anos e 8 meses teve rompimento parcial do hímen, laceração da mucosa genital e apresenta discreto sangramento. Outra "filha-neta" examinada, de 8 anos, teria dito à polícia que sofreu abuso sexual, mas o laudo não revelou lesões no corpo dela. Em depoimento à polícia, o pescador nega o crime.A delegada Adriana Meireles, responsável pelo inquérito policial, disse ao G1 que os exames foram feitos pelos médicos Gerson Marques e Ruth Costa, que trabalham no Hospital Municipal Materno-Infantil de Pinheiro e foram nomeados para atuar no caso. "A cidade não tem médico legista e por isso eles foram acionados para fazer os exames."
O laudo indica que a "filha-neta" de 8 anos permanece virgem, não sofreu violência sexual e nem conjunção carnal. O exame na "filha-neta" de 5 anos e 8 meses revela que a menina sofreu violência sexual. "Houve introdução de algo na genitália dela, mas não é possível determinar se foi por meio de um instrumento, objeto ou até mesmo os dedos. A lesão não permite que os médicos afirmem o que provocou o machucado", disse a delegada.
Enviado por Eri Santos Castro.
2 comentários:
nobre castro. de certa forma a hipocrisia sobre este caso que não é unico basta ver o que acontece em varias regiões deste estado, força para uma pergunta: --o agentes de saúde que deveriam ir de casa em casa,cadastrando dados e relatando providencias para os necessarios procedimentos, neste caso em especial, não haviam informado nada a respeito. o que houve realmente ?
Ao anônimo,com licença do Eri,medo.Até aqui em são luis uma vez foi preciso uma pressão para que denunciassem maus tratos a um ancião.As pessoas morrem de medo de denunciar,mesmo quando se fala em disque denuncia.Desconfio,e isso é achismo meu,que esse cara desagradou alguém de alguma forma e deram um jeito de a policia saber.Se não,por que sou depois desse tempo todo ele foi pego?
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