3 de jun. de 2010

Futebol: ópio do povo ou expressão e entrenimento de uma nação?


Ópio do povo ou saudável e genuína forma de expressão e entretenimento de toda uma nação? Ferramenta de manipulação política ou alternativa de ascensão social e afirmação das camadas mais pobres da população? O futebol comporta essas e tantas outras análises, desperta ódios e paixões, traz à tona o melhor e o pior de cada torcedor. Já interrompeu ou deflagrou guerras sangrentas, uniu desafetos, tirou países do anonimato, levou povos ao êxtase ou jogou-os na mais profunda depressão. Cria deuses e demônios, heróis e vilões encarnados muitas vezes pelo mesmo personagem. E, a cada quatro anos, reúne diferentes países, das mais variadas crenças, cores e sistemas políticos, em busca não apenas de uma conquista esportiva, mas, essencialmente, de um projeto de nação.

A Copa do Mundo é o desaguadouro final de todas as emoções, investimentos, filosofias de vida, atitudes e paixões desencadeadas não apenas pelo futebol, esporte mais popular do planeta. Mas não se resume a isso. Dos longínquos anos 30, quando o pequeno Uruguai firmou – ou reafirmou – a mística de um povo guerreiro com a conquista da Celeste Olímpica, passando pelas décadas de 50, 60 e 70, quando o Brasil superou o “complexo de vira-latas”, revelando ao mundo que o DNA de um país poderia ser decifrado no tratamento dado à bola, e desembocando na burocrática vitória italiana em 2006 – espelho do pragmatismo ditado pela implacável lógica do “mercado” –, levantar o cobiçado troféu não demonstra apenas as qualidades futebolísticas de 23 jogadores, mas o jeito de ser, sentir e pensar do imenso grupo ao qual eles pertencem. É esse espetáculo que nos aguarda a partir do dia 11 de junho, e que, esperamos, terá mais um final feliz para os brasileiros.


Do Mobilização BR 
Enviado por Eri Santos Castro.

Um comentário:

Unknown disse...

Gostaria de parabenizá-lo pela reflexão. É inegável a importância do Futebol, sobretudo enquanto fenômeno social. Vale ressaltar que pra nós, além de ser uma paixão nacional ele também pode ser compreendido como patrimônio do povo brasileiro. Diríamos que ele está no nosso "DNA" e representa um traço forte da nossa identidade enquanto nação. Quanto a ser um ópio... penso que essa concepção vai depender muito do uso político que as autoridades fazem dele. E, nesse campo infelizmente não podemos negar que historicamente nossos políticos têm feito o uso ideológico do futebol, buscando trabalhar diretamente a dimensão da alma do brasileiro.