12 de mai. de 2010

Um olhar sobre o governo Jackson Lago

Segue comentario do jornalista/blogueiro Gilberto Lima em face da repercussão do artigo "O golpe de 16 de abril de 2009 e a transição interrompida"

O governador deposto, Jackson Lago, sabia que seu governo não poderia cometer equívocos. Não poderia ir de encontro aos anseios populares. A base de seu governo deveria ter sido os movimentos sociais. Aconteceu ao contrário. As greves de professores e policiais, no primeiro momento, mostrou a falta de comando do governo. Em vez de assumir a responsabilidade de negociar diretamente com as duas categorias o que fez? Inventou viagens e entregou o comando a dois secretários que disputavam espaço de poder no governo: Aderson Lago e Aziz Santos. Este último achava-se o próprio governador. Jackson não tomava nenhuma decisão sem antes ouvir Aziz.
 
Foram muitos os exemplos de falta de comando. Um governo fraco, que se esfarelava no conceito da população. Muitos de seus secretários estavam mais preocupados em se locupletar e acumular fortunas. Estão aí os casos de corrupção que, graças a uma devassa do atual governo, vieram à tona. Só não teve vez no governo da libertação quem estava disposto a trabalhar com seriedade.
 
Não quero aqui fazer uma defesa dos três "balaios" petistas, signatários de um manifesto sobre o primeiro ano do "golpe". Nem tampouco quero dizer que o dirigente da juventude socialista do PDT não tenha suas razões ao rebater o tal manifesto, tentando eximir o ex-governador de qualquer culpa pelos desatinos. Pretendo somente dizer que o governo da libertação "golpeou" o povo do Maranhão, ao não fazer, desde o início, uma aliança com os principais movimentos que tornaram possível a mudança. O governo foi tomado por grupos, montados em cada secretaria, como se fossem autônomos e mandassem mais que o próprio governador. Muitas das ordens emanadas do governador para seus secretários não eram cumpridas. Volto a dizer: coisa de governo fraco!
 
O grupo Sarney só retomou o poder devido à fragilidade do governo junto à população. Quem foi às ruas para defender livremente a permanência do governo? Poucos. A maioria foi por que foi paga para isso. Muito dinheiro público foi gasto nas mais diversas manifestações contra o "golpe". Não houve manifestação livre da sociedade, tal o desgaste do "governo da libertação".
 
E, agora? Figuras centrais dessa história vão continuar trocando farpas, buscando culpados para o fracasso do governo que se propunha ser a redenção do Maranhão? Depois desse experiência de incompetência administrativa, o povo ainda vai acreditar no discurso da libertação? Será que somente mudar as figuras mandatárias do Estado irá resolver os graves problemas da população? O que está faltando, na verdade, é seriedade e responsabilidade por parte de quem governa. É preciso frear a corrupção desenfreada, a impunidade e a falta de compromisso com a massa pobre deste Estado. Não se conseguirá mudar essa realidade somente com discursos e campanhas contra esse ou aquele, ou mesmo pregando uma "nova libertação".
Postado por GILBERTO LIMA

Um comentário:

Anunciação disse...

Fico triste quando,mesmo que fosse tudo verdade,se defenda o "arrancamento"de um governante eleito numa suposta democracia.Pena.