28 de mai. de 2010

Santa Ceia de Uimar Júnior registra inquietação isolada no Salão de Artes Plásticas

Por Henrique Bois (www.blogdubois.com.br)

Santa Ceia - Desequilíbiro Social, performance do ator Uimar Júnior na abertura do 1º Salão de Artes Plásticas de São Luís. Premiado nas versões da Coletiva de Maio realizada em 1991, com Escultura Viva; em 1992, com Busto Vivo e em 1993 com “Chega de meio ambiente, lute por um inteiro”, Uimar Júnior com sua sátira do universo político brasileiro, parodiando a obra de Da Vinci à moda de Brasília, foi a principal atração da primeira noite em que poucos artistas prestigiaram o evento.

Entre os trabalhos apresentados não há surprensas: nem de proposta de arte, muito menos de nomes.
Bastante frisado pelos organizadores que a edição deste salão quebra um jejum de 14 anos - desde que deixou de ser realizada a Coletiva de Maio - , o que se observa é que talvez tenha sido a falta de diálogo coletivo que tenha provocado o estacionamento das artes plásticas na cidade, entre outras questões inumeráveis.

Das telas de Jesus Santos exalam puro dejá vú, uma sensação de já vi isso em algum lugar. Bem provável seja em alguma sala e saguão de repartição pública abastecida pelo trabalho do artista plástico maranhense.

Miguel Veiga com sua crítica ao tratamento descuidado com o patrimônio histórico e público é direto, mas direciona para outras leituras plásticas quando coloca um anjo alegórico límpido no centro de visão.

No mais, o salão é a prova de que precisamos nos intercambiar com outros planetas e deixarmos nossa órbita desgastada por políticas personalísticas. Prova disso foi o agradecimento do presidente da Fundação Municipal de Cultura à presidente da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura numa clara demotração de troca de favores.

Também em ziguezague para o recuo é o pensamento do prefeito João Castelo. Decalcando seu discruso recorrente, Castelo em todas as solenidades de cultura lembra que foi “ELE” quem criou a Secretaria de estado da cultura, quando governador há 36 anos atrás (nauseantemente redundate). Afirma que está disposto a dar o dinheiro que for necessário para tocar os projetos de cultura da FUNC. Só não mostra a mesma disposição em criar a Secretaria Municipal de Cultura, um “projeto” de campanha que pelo visto vai para a galeria das promessas não cumpridas. Mas, apesar de tudo, vale ver o Salão. Nem que seja para se decepcionar.

Reproduzido do Blogue do Garrone.
Enviado por Eri Santos Castro.

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