Pedro Pomar, editor da Revista Adusp, é o candidato a presidente da oposição; Lúcia Rodrigues, repórter da Caros Amigos, concorre no departamento de relações internacionais
O jornalista Pedro Pomar, editor da Revista Adusp, publicação da Associação dos Docentes da USP, encabeça a chapa de oposição que disputa a eleição da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que acontece nos dias 27, 28 e 29 de julho. Elaine Tavares, diretora do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, concorre à secretaria-geral da entidade. A repórter da Caros Amigos, Lúcia Rodrigues, disputa o departamento de relações internacionais na chapa oposicionista.
O programa da chapa Luta Fenaj, integrada por quarenta jornalistas de 14 Estados brasileiros, entre os quais George Washington, de Sergipe, Leo Leal, de Minas Gerais, Leonor Costa e Emília Magalhães, de Brasília, Paulo Lawinscky, da Bahia, João Montenegro e Bia Barbosa, de São Paulo, Cláudia de Abreu, Mário Jakobskind e Álvaro Britto, do Rio de Janeiro, Daniel Hammes e Dilamar Machado, do Rio Grande do Sul, Rose Gomes, do Pará, Élida Miranda, de Alagoas, Pedro Carrano, do Paraná, e Keka Werneck, do Mato Grosso, faz a defesa enfática da categoria contra o ataque dos patrões. O texto oposicionista também defende a democratização dos meios de comunicação. O oligopólio da mídia, concentração da propriedade das emissoras de rádio e TV e de jornais e revistas nas mãos de poucos grupos empresariais, também é criticado pelos jornalistas da Luta Fenaj.
Duas chapas vão disputar a eleição da Federação Nacional dos Jornalistas. A da situação é liderada por Celso Schröder, atual vice-presidente da Fenaj.
Acompanhe a seguir os principais trechos da entrevista com o jornalista Pedro Pomar, candidato a presidente pela chapa da oposição.
Caros Amigos – Quais são as propostas da oposição para a Fenaj?
Pedro Pomar - Nós da chapa Luta Fenaj queremos, em primeiro lugar, democratizar a Fenaj aproximando-a dos jornalistas. Nossa Federação é eleita diretamente pelos jornalistas, no entanto, temos encontrado muita dificuldade no relacionamento entre a Federação e a categoria e também entre a Federação e os sindicatos que a compõem.
Caros Amigos - Por que isso acontece hoje?
Pedro Pomar - Porque infelizmente os colegas que estão à frente da Fenaj, há vários mandatos, decidiram se isolar, decidiram acreditar muito em sua auto-suficiência e queimaram as pontes com a categoria. Tratam a oposição como inimiga e não dialogam com as forças que compõem a categoria. A condução da luta em defesa do diploma tem sido desastrosa, temos acumulado derrotas. Precisamos reverter essa situação. Na verdade, a derrubada do diploma e a desregulamentação da profissão só interessam aos patrões, que com isso aviltam o mercado de trabalho e o próprio exercício do jornalismo. É preciso que os jornalistas tenham formação superior porque a nossa profissão é extremamente complexa e a responsabilidade que nós temos perante a sociedade é muito grande.
Caros Amigos – A categoria está sob o ataque constante dos patrões.
Pedro Pomar - Os jornalistas são vítimas de assédio moral, têm sofrido achatamento salarial, têm suas condições de trabalho precarizadas. Estamos sendo aniquilados. Os patrões querem nos impedir de pensar. Querem nos impedir de exercer livremente a profissão. Sabemos que para rever essa situação é preciso lutar muito. É preciso mobilizar os colegas e trazê-los para essa luta em defesa de melhores condições de trabalho. Em defesa da nossa dignidade! A defesa da cláusula de consciência (os jornalistas podem se recusar a fazer um matéria por estar em desacordo com seus princípios), o combate ao assédio moral nas redações e locais de trabalho, o combate à "pejotização", que é a burla das relações de trabalho que transforma assalariados em supostas pessoas jurídicas, são questões fundamentais para nós.
Caros Amigos - A oposição tem chance de reverter essa situação?
Pedro Pomar – Pretendemos fazer uma campanha que realmente debata com os colegas a realidade da nossa categoria. Nossa profissão vem sendo destruída pelo patronato. Todas as questões que dizem respeito às melhorias das condições de trabalho da nossa categoria estão em nosso programa. Vêm em primeiro lugar. Nossa campanha tem esse grande desafio. Além disso, também pretendemos rever a posição da Fenaj em relação ao estágio. Porque os estágios têm sido utilizados pelos patrões como uma das formas mais preocupantes da precarização das condições de trabalho. Têm funcionado como substituição de mão-de-obra, roubando postos de trabalho e por salários aviltantes.
Caros Amigos – A chapa de vocês tem uma composição de mulheres bastante expressiva.
Pedro Pomar – As mulheres são maioria na nossa chapa, 53%. Isso é muito bom. Porque reflete o que é a nossa categoria, hoje: atualmente as mulheres são maioria. Então é preciso que a direção da Fenaj reflita essa realidade. Se as mulheres são maioria na categoria, elas têm de ser maioria na direção dos órgãos de representação da categoria. É apenas uma questão de justiça.
Da Caros Amigos.
Enviado por Eri Santos Castro.
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