24 de mai. de 2010

Em campanhas, quando se começa a formar uma onda...

A candidatura a governador de Flávio Dino (PCdoB) incomoda e muito o grupo dominante no Maranhão. Caso não fosse assim, por que tanta 'fissura' em tirar-lhe o PT da sua coligação? Como não podem impedir a candidatura de Flávio, pelo menos que ela aconteça 'desnutrida', com pouco tempo de TV e sem o segundo palanque forte para Dilma no Estado.

Flávio começou a campanha para prefeitura de São Luís com menos de dois dígitos nas pesquisas e quase ganha, se não fosse o excesso de confiança na vitória de boa parte do seu 'staf' e o conseguente descuido que essa situação provoca.

Agora para governador Flávio rompeu o seu piso, aparecendo em todas as pesquisas perto dos quinze pontos, o que poderá chegar a mais de 25% das intenções de votos antes do início do programa eleitoral gratuíto do rádio e TV, em agosto. Tem uma avenida para crescer, pois mais da metade dos eleitores maranhenses ainda não o conhecem.

O grupo do senador Sareny sabe disso, daí essa briga toda para tirar o PT  de Flávio. Entretanto, o tiro pode sair pela culatra, pois a opinião pública já percebe isso e poderá acelerar o processo de rejeição da  candidata do grupo dominante, Roseana Sarney. A sua campanha , que parecia caminhar tão bem até janeiro, segundo o noticiário político, está cheia de motivos que travam seu crescimento, senão vejamos:

1- O descontentamento de vários setores do funcionalismo público, com as greves da UEMA, auditores e as ameaças de greve dos professores e dos policiais civis e delegados;

2- A inércia e apatia do governo. Nada de novo. Até as propagandas são as mesmas.

3- Crise interna do governo. Cada setor do governo funciona com uma ilha independente sem conexão dos interesses maiores que é governar. Cada um cuida do seu 'cada um'.

4- A provável perda de aliados tidos como parceiros históricos, devido a conjuntura nacional. O presidente nacional do DEM dissolveu 143 Diretórios Municipais, na semana passada, sendo possível o apoio ao candidato Jacksn Lago (PDT), que apoia Serra. Nesse mesmo sentido caminham o PP de Dorneles e o PTB de Roberto Jefferson. O primeiro caso deve-se a possibilidade do partido nacional apoiar Serra e ainda indicar o seu Vice, que seria o tio do governador de Minas Aércio Neves (PSDB), Francisco Dorneles (PP) e o segundo teria  fechado apoio ao PSDB. Assim sendo, lideraças como Mauro Fecury, Waldir Maranhão e Pedro Fernandes estariam impedidos de subirem no palanque de Roseana Sarney, no Maranhão.

5- Os tão propagados 65 hospitais, no interior do Estado, não serão inaugurados. Além das obras físicas atrasadas, não há recursos humanos suficientes. Ricardo Murad vive situações desconfortáveis com a cunhada Roseana Sareny.

6- A possibilidade do não apoio do PT maranhense à sua candidatura.


Em campanhas majoritárias, quando se começa a formar uma onda, como aconteceu com Jackson Lago e a Frente de Libertação, em 2006, ou com Flávio Dino e a onda vermelha, em 2008, fica muito difícil detê-las.


Os números das últimas pesquisas,  mostram um quadro que pode se tornar irreversível à medida em que o eleitorado tomar conhecimento  o que cada candidato representa. Jackson e Flávio caminharão juntos para o bem do Maranhão.

Enviado por Eri Santos Castro.

Um comentário:

Luiza disse...

O PMDB só quer que o PT honre com o compromisso firmado anteriormente. Se agrada ou desagrada os membros, isso deveria ter sido discutido antes de selarem a aliança. As pessoas tem que saber discenir as coisas: estratégias políticas são normais em período de eleição. cada um luta com as armas que tem.