16 de mar. de 2009

Sarney distribuiu horas extras durante recesso


Deu na Época
Em janeiro, os senadores estavam de férias. Plenário e salas de reunião estavam fechados. Nas alas onde ficam os gabinetes dos senadores, corredores desertos e escritórios vazios. Nesse cenário, o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, dava expediente integral: era cabo eleitoral da campanha de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado e trabalhava para continuar no cargo em que chegara pelas mãos de Sarney, 14 anos antes. Agaciel avisou os colegas que havia dinheiro sobrando no caixa. Pediu uma relação de servidores para receber um presente: o pagamento de horas extras. Assessores dos 81 senadores atenderam ao pedido. Ele custou R$ 6,2 milhões aos contribuintes. Dos 3.883 servidores beneficiados, 1.189 trabalham nos gabinetes dos senadores.
Na semana passada, quando a regalia virou escândalo, o presidente do Senado, José Sarney, prometeu adotar o controle de ponto eletrônico. Sarney e outros cinco senadores anunciaram que seus assessores devolveriam o dinheiro. O que receberam à vista, no entanto, seria devolvido em dez parcelas.
O caso das horas extras é mais uma irregularidade envolvendo senadores e burocratas do Legislativo. Nos últimos meses surgiram denúncias de corrupção, de compras superfaturadas, licitações viciadas, nepotismo e gratificações que inflam salários altos. Sarney reclama das críticas. “O Senado virou boi de piranha”, afirma. Segundo ele, é fácil criticar o Senado porque sua gestão é transparente. Não é bem assim. Ninguém sabe quanto ganha um burocrata da elite do Senado. Os gastos com horas extras para funcionários são sigilosos, assim como as verbas de indenização dos senadores.
Na verdade, as informações não foram liberadas pela Secretaria de Recursos Humanos, dirigida por João Carlos Zoghbi. Zoghbi é o candidato do PMDB à vaga aberta pela demissão de Agaciel Maia na diretoria-geral do Senado e protagonista de mais um escândalo. Durante dez anos, enquanto morava em uma casa própria no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, ele emprestou um apartamento funcional do Senado para seus filhos morarem. A prática é proibida. Quando o caso foi revelado, Zoghbi devolveu o apartamento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse é o Sarney que se conhece! Xo daqui essa turma.

Anônimo disse...

O método é assim mesmo. Degola e joga para os abutres.

Anônimo disse...

Como é .Ainda dúvidam do Sarney. E isso não é abuso de poder econômico não. Ninguém vai arguir a sua eleição para a presidencia do Senado.