Tive ciência agora de uma notícia grave.
O Tribunal decidiu descontar dos meus subsídios os dias em que estive
afastado, com prévia comunicação oficial, para lançar meu livro em
Brasília e em evento dedicado ao Ministério Público Estadual do
Maranhão.
Meu trabalho na Comarca está completamente em dia. Nossa
avaliação, segundo o próprio Tribunal de Justiça, é excelente em termos
de operosidade. No último mês minha produtividade alcançou mais de
330%. Temos a menor taxa de congestionamento e a maior produtividade no
nosso grupo, como registrei aqui, feliz, nos últimos dias.
Não comprometo meu trabalho com minha atividade social.
Quando percebi que o número de convites para palestras se tornou
inconciliável com as minhas atividades, não tive dúvida de fazer uso das
minhas férias para viajar o país propagando a cultura jurídica
instituída pela Lei da Ficha Limpa.
Agora meu afastamento da
comarca, com prévia comunicação, para realizar um ato de natureza
acadêmica e jurídica - palestra seguida de lançamento de livro - foi
tratado pela Corregedoria como uma falta, a demandar o desconto dos meus
vencimentos.
O tema foi considerado de meu interesse particular.
Assim como defendo que as pessoas lutem por seus direitos, não devo
descuidar dos meus.
Amanhã cedo solicitarei informações sobre todos os
pedidos de afastamento formulados por desembargadores e juízes e a forma
como o tema foi tratado pela CGJ-MA. Quero ver se magistrados que foram
assistir, em lugar de proferir palestras, tiveram que privar suas
famílias de parte do único dinheiro com que as sustentam. Isso para não
falar em viagens por motivos menos nobres.
Outros tribunais me
convidam para proferir palestras. O meu manda descontar do meu subsídio o
valor correspondente ao dia em que estive propagando a nova cultura
jurídica eleitoral que tenho a honra de haver ajudado a instituir numa
luta histórica.
Isso não me desestimula. Não vai me esmorecer.
Quero saber se o Conselho Nacional de Justiça pensa o mesmo.
Isso não me desestimula. Não vai me esmorecer.
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