O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) continua tendo como ministro
interino o Sr. Paulo Pinto, carioca, ligado ao ex-ministro Carlos Lupi
que, no dia 04 de dezembro (já se passaram 4 meses!), viu-se obrigado a
entregar a sua carta de demissão à presidente Dilma Roussef por suspeita
de corrupção (denúncias de esquema de propina de seus assessores,
convênios suspeitos com ONGs apontados pela própria CGU, viagem em jato,
etc). Apesar de todo o esforço próprio e de seu entorno, o ex-ministro
não conseguiu manter-se no cargo. Lembram das bravatas? - Só saio à
bala! - Dilma, eu te amo!
Contudo, apesar de sua demissão, o
interino exerce o MTE como se fora o seu antecessor. A rigor, nada
mudou. Faz-nos lembrar do dito irônico, quando da invasão napoleônica a
Portugal, e o general Junot instalou seu quartel-general em Abrantes,
cidade próxima a Lisboa: “Está tudo como dantes no quartel d´Abrantes”.
Devemos tirar o chapéu, pois o mesmo já conseguiu manter o MTE sob a
sua velha direção por um quadrimestre. A continuar assim, completará
5,6,7,....meses.
No dia 30 de janeiro, durante a reunião do
Diretório Nacional do PDT, em Brasília, alguém levantou a questão do MTE
(creio que foi um companheiro do Rio de Janeiro), queria que fosse
discutida por todos os presentes. Entretanto, o ex-ministro tomou a
palavra para argumentar contra a discussão naquele momento, já que a
presidente, até então, ainda não havia chamado os designados membros de
um recém-formado conselho para tratar do assunto. Segundo o mesmo, não
se podia discutir algo que ainda não tinha sido colocado para o partido.
Aquela postura revelava o modus operandi de uma dupla que
assenhoreou-se do partido e decide tudo a quatro paredes de uma sala que
não tem sequer o retrato de nenhum dos nossos grandes líderes. Nada do
velho Getúlio, do gigante Jango, do gênio Darcy e do guerreiro Brizola.
Só a dele, e grande! De certa forma, isto nos conforta na medida em que
os mesmos não são testemunhas das decisões antidemocráticas e
antitrabalhistas desses senhores.
Logo após esse encontro, saíram
as primeiras notícias a respeito desse assunto, o próprio Lupi disse
haver sugerido cinco nomes do PDT para a sua substituição que, depois,
diminuiu para três nomes (Manoel Dias - o eterno secretário geral, e os
deputados federais Brizola Neto e Vieira da Cunha) e, agora, bem, todos
sabemos, trabalha por um nome, isto é, o do secretário geral vitalício.
Mas, sinceramente, começo a desconfiar com os meus surrados botões se
isto tudo não passa de um grande engodo lupista.
Vejamos:
Anunciou-se a preferência da presidente pelos dois últimos nomes. Nada
se concretizou. Não houve nenhuma nomeação. Sorrateiramente, o Lupi faz
espalhar a tese de que o Dias reúne todo o partido, etc. Isto, em plena
situação constrangedora pela qual passara o governo no Congresso.
Estabelece-se o impasse, o imbróglio que, numa conjunção de fatores
pessoais e de conjuntura, constrói-se uma zona de conforto, isto é,
decide-se não decidir, os velhos “deixa para resolver depois”, “amanhã”,
“semana que vem”, “depois da viagem”, etc.
Isto está incomodando os
setores mais consequentes, porque começam a perceber que esta situação
favorece aos atuais donos do partido. Se der Manoel Dias, ótimo para
eles; Se continuar assim, também. O interino olha, escuta, fala e age
como se fora eles.
Tudo isto é lamentável. A rigor, o nosso
partido não deveria estar passando por esse constrangimento
desnecessário. Fôssemos o Partido original e autêntico de nossos
fundadores, o Lupi não teria condições nem cara de voltar à presidência!
Muito menos sugerir à presidente o seu substituto ou, como parece ser o
caso, chantagear a primeira mandatária da Nação. Da forma em que saiu
do MTE, pediria licença, afastamento ou renunciasse até as coisas
ficarem devidamente esclarecidas, o que ainda não estão, diga-se de
passagem!
Ao contrário, começou a despachar como se nada lhe ocorrera, para piorar a imagem de nosso desfigurado partido.
Já manifestei a minha opinião a respeito desse tema. Volto aqui para
expressar essas opiniões que me são cobradas pelos companheiros e
companheiras do Maranhão.
O PDT com ou sem ministro precisa
desatrelar-se do MTE. É vital para o partido reencontrar-se, refletir e
repensar o seu papel como partido histórico trabalhista, nacionalista e
popular. E, se houver a nomeação de um futuro ministro do PDT, que se
inspire no Jango, que ficou apenas 8 meses e saiu por defender os já
conquistados interesses dos trabalhadores (reajuste do salário mínimo,
decretos a favor da previdência, reconhecimentos trabalhistas, etc) e
preservar o segundo governo Vargas das crises políticas que acabaram
levando-o ao suicídio.
O PDT precisa refundar-se!
Saudações Trabalhistas!
Por Igor Lago.
Envido por Eri Santos Castro.
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