3 de abr. de 2012

O direito à cidade de São Luís: o desafio de superar o debate político em prol da efetivação de uma cidade justa, humanizada e sustentável.

   Vejo como importante articular uma grande frente popular com um projeto de governo municipal humanizado para o aniversário de São Luís. Os 400 anos de São Luís são um marco importante para fazer um debate concreto sobre as condições da educação, cultura e meio ambiente. Não podemos deixar calar a nossa voz e nem a nossa esperança! O PT apresenta não apenas um candidato para governar São Luís e sim deve potencializar um movimento para exercício da cidadania, pois a base petista sempre acreditou no orçamento participativo e nos conselhos populares para apontar os caminhos.
   
Os gargalos de nossa cidade são facilmente enumerados pelo povo: problemas como mobilidade urbana, falta de infraestrutura e saneamento básico. A grande São Luís cresce sem nenhum projeto efetivo de inclusão e cidadania. O setor educacional não possui concretamente um projeto de valorização do professor, já os alunos deveriam estudar em escolas de tempo integral com esportes, informatização e cidadania. Os problemas de moradia são evidentes dando lugar a especulação imobiliária e o inchaço desordenado sem planejamento estratégico da cidade.
   
Quanto ao viés da cultura, vejamos que o povo trabalhador não consegue usufruir efetivamente dos bens culturais de São Luís como museus, música, exposições, blocos tradicionais, manifestações religiosas, patrimônio histórico, entre outros. A falta de parceria do poder público e as dificuldades em termos de renda deixam parte de nosso povo excluído da atividade cultural. Ou seja, dedicam-se maior parte do tempo a busca pela sobrevivência nos “bolsões de isolamento” ao redor da Ilha de São Luís. Eclode a violência, o tráfico de drogas, a prostituição infantil, a falta de respeito com as mulheres e portadores de deficiência, racismo, entre outras formas de “negação da cidadania”
   
As nossas praças, ruas e avenidas já não são mais as mesmas, estão abandonas, não somente em termos de infraestrutura, a falta sinalização e educação de trânsito, além de acidentes diários e vidas perdidas, são o nosso cotidiano. Os nossos rios e manguezais estão sendo destruídos pela falta de compromisso com os recursos naturais. As nossas terras não estão servindo para abrigar a moradia de nosso povo!
   Mesmo que os programas sociais do governo federal amenizem a situação local, existe a inércia do agente motriz do desenvolvimento local: o município, infelizmente vive-se um “enclave” e os gestores municipais não conseguem canalizar os recursos federais para beneficiar a população de forma contundente aliada aos projetos locais para combater a concentração de renda e exercer a cidadania. O Ludovicense hoje está sem o “direito de exercer sua cidadania como Ludovicense”, não porque estes não lutam para ter uma cidade limpa, segura e sustentável. Mas porque a “administração municipal de enclave” não permite São Luís deslanchar como cidade turística, desenvolvida e sustentável. Parece uma tautologia, mas a verdade é que o ciclo de descompasso com a administração federal freia o desenvolvimento local. Os fragmentos de políticas públicas ineficientes geram um todo desordenado. Um exemplo, a falta de saneamento básico nos causa um grave problema de saúde pública com inúmeros gastos desnecessários, ou mesmo, a falta de educação ambiental e de trânsito nos remete a uma cidade poluída e caótica em seu cotidiano.
   
A disputa eleitoral entre Governo e Oposição (viés Sarney versus anti-sarney) a nível estadual é pautada também a nível municipal. Pergunta-se: será que a população quer realmente estar nesta disputa? Ou querem estar em outra guerra, ou seja, a “guerra” dos que agonizam com a falta de inclusão social e desordem urbana e objetivam um lugar no mercado de trabalho e como cidadãos. Disputa pertinente para a classe política, mas que “cega” no imediatismo e a rapidez da vida urbana, assim, isto requer das nossas classes: políticas e soluções inovadoras. Neste contexto, a prática da ética em nossas ações é salutar.

Inúmeros escândalos são divulgados todos os dias que deixam a população envergonhada até mais que os causadores de tais aberrações. Nos 400 anos de São Luís não sabemos em quem acreditar! Mas sabemos de nossos dilemas e de nossa vontade de participar! A cidadania na construção de uma São Luís mais humanizada é força motriz! O direito à cidade, ou seja, de usufruir de sua plenitude nos é negado ou fragmentado! Vejamos se nesta eleição conseguiremos destravar o debate político com sugestões e eficiência na práxis política, assim como propor tecnicamente e executar o interesse público de modo eficaz.

Por Almir Bruno J. Tavares
Economista
Contabilista
Mestrando em Desenvolvimento Sócioeconômico da UFMA
Conselheiro Efetivo do CORECON-MA
Professor da UFMA
Economista da Advocacia-Geral da União
Secretário de Comunicação do PT de São Luís
Coordenador do Coletivo Vanguarda
Militante do Setorial de Meio Ambiente e Desenvolvimento- PT_MA
Enviado por Eri  Santos Castro.
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Um comentário:

Juarez disse...

Salvador-BA com o PT é mesmo uma maravilha... tsc tsc tsc