Brasília precisa urgentemente de um vilão. Um vilão desses de novela, com os olhos a rutilar chispas de maldade.
Um vilão assim –caricato, pés sobre a mesa, charuto entre os dedos— ordenaria desvios e superfaturamentos sem pudores e ambiguidades.
Não há vilões assim em Brasilia. Ali, a eventual apropriação de verbas não é vista como coisa amoral. É parte do modelo, consequência do apoio de partidos a governos.
Nesta terça (5), o tetrapresidente pemedebê do Senado, José Sarney, saiu em defesa do ministro pêérre dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Sarney enxergou acerto na decisão de Dilma Rousseff de manter Nascimento no cargo. Disse que não se pode exonerar o ministro “apenas por uma acusação publicada”.
Antes da publicação da denúncia, Dilma reunira-se com a cúpula dos Transportes. Queixara-se do descalabro das obras inflada$.
Nesse encontro, Dilma disse que o ministério, por descontrolado, precisava de babá. Teria três: ela própria e as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti.
A despeito disso, Nascimento permanece na cadeira de ministro, sob aplausos de Sarney.
Retorne-se ao início: Brasília precisa urgentemente de um vilão. Um vilão que trouxesse a maldade estampada na cara, sem ambiguidades.
- Em tempo: Foto de Fábio Pozzebom, da Agência Brasil.
Do blogue de Josias de Souza.
Enviado por Eri Santos Castro.
Compartilhe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários serão lidos e publicados pelo moderador, obrigado.