27 de jul. de 2011

O anti-intelectualismo num mundo em transformação

O anti-intelectualismo tem sido uma linha contínua a serpentear através de nossa vida política e cultural, alimentada pela falsa noção de que democracia significa que ‘minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento’. — Isaac Asimov

Como nossa formação educacional valoriza o intelectualismo?

Em 1963, era lançado nos Estados Unidos um livro que ficaria famoso, inclusive por ganhar no ano seguinte o cobiçado Prêmio Pulitzer na categoria Obra Não Ficcional. Trata-se de Anti-Intellectualism in American Life (trad. brasileira: O anti-intelectualismo nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967), do historiador da Universidade de Columbia Richard Hofstadter (1916 – 1970). Hofstadter, é bom lembrar, no que foi talvez seu único pecadilho como historiador, foi o responsável por disseminar em outra obra sua o termo “darwinismo social” (que não fora por ele cunhado), vinculando-o a qualquer aplicação da teoria de Darwin ao campo das ciências humanas e sociais. Seu argumento neste caso até encontrava uma justificação na primeira metade do século XX, sobretudo em face da extrapolação da teoria monística de Ernst Haeckel por parte da “ciência” nazista, a qual Hofstadter infelizmente já conhecia; porém, nos tempos atuais, só serve de munição (de festim mas barulhenta) para os críticos da psicologia evolucionista ou da adoção do paradigma evolucionista na sociologia, na antropologia, na ciência política, nas ciências jurídicas etc. De fato, embora Hofstadter chegasse a reconhecer nessa obra sobre o “darwinismo social” que a teoria de Darwin, propriamente dita, era completamente neutra do ponto de vista político-ideológico, a verdade é que pecou por não enfatizar a distinção entre esta e as extrapolações delirantes que Spencer, Haeckel e outros dela fizeram.

Por Camilo Gomes Jr. Veja artigo completo no Bule Voador, aqui.
Enviado por Eri Santos Castro.
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