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27 de jul. de 2011

Coronel será julgado pela tortura e morte de jornalista. Sarney deverá ser testemunha de defesa

Daqui há pouco ( dia 27 ), às 14h30, a audiência da ação movida pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino contra o coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra. A audiência foi marcada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que ouvirá testemunhas da tortura e morte do jornalista há 40 anos, durante o regime militar.
Merlino, que como jornalista tinha passagens pelo Jornal da Tarde, Folha da Tarde, jornal Amanhã e Jornal do Bairro, foi morto em São Paulo, em julho de 1971, nas dependências do Doi-Codi, centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. Entre as testemunhas arroladas por Ustra está o atual presidente do Senado, José Sarney, e o ex-ministro Jarbas Passarinho. Em de julho de 1971, o jornalista foi levado de sua casa, em Santos para São Paulo, para prestar depoimentos sobre sua militância política nas dependências do Doi-Codi e nunca mais voltou. Merlino, então com 23 anos, tornou-se então mais uma vítima da ditadura militar no país. 
A audiência acontece no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jornalista. Além do ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos. Paulo Vanucchi, devem depor sobre o crime o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos e ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), organização na qual Merlino militava.A ação por danos morais está sendo movida pela irmã do jornalista, Regina Maria Merlino Dias de Almeida, e pela sua ex-companheira, Angela Mendes de Almeida, e é subscrita pelos advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza.Em 2008, Ustra foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação movida pela família Teles. Esta é a segunda ação movida pela família de Merlino contra o coronel da reserva do Exército. 
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo estará representado pela diretora de Comunicação e Cultura, Rose Nogueira (que também é presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP) e também por Denise Fon, que integra o Conselho de Ética do Sindicato e foi anistiada política.  
Por toda a sua história de luta em defesa dos Direitos Humanos e da Democracia, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo defende a instauração da Comissão da Verdade e exige a identificação e punição dos torturadores, para que fatos como este ocorridos com os jornalistas Luiz Eduardo Merlino e Vladimir Herzog não sejam esquecidos e fiquem apenas no passado da história do país.
Do sítio do Sindicato dos Jornalista de São Paulo.
Enviado por Eri Santos Castro.
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