Selecionado para encerrar o último Festival de Cannes, o longa-metragem A Árvore poderia levar o espectador a uma viagem pelo místico. Depois da morte do pai, a menina Simone diz perceber sua presença em uma enorme árvore centenária que compõe o terreno da família. A paisagem do interior da Austrália vira o cenário para longas conversas e noites dormidas aos pés das grandiosas raízes. A viúva Dwan (Charlotte Gainsbourg)e seus outros três filhos também parecem convencidos de que há alguma força presente ali.
De alguma maneira, essa força da natureza se manifesta a partir dos acontecimentos que giram em torno da família. Como se tivesse vontade própria, estica suas raízes ou destrincha seus galhos sobre a casa, especialmente quando a família começa a se recompor do luto. Apesar de a ideia girar em torno do sobrenatural, a diretora francesa Julie Bertucelli (de Desde Que Otar Partiu) faz com que a situação seja vista mais como um elo entre os familiares, com o qual lida cada um à sua maneira.
Por fim, ele terá de ser cortado em prol da continuidade da vida. A lida com a perda e a construção da fé são exploradas com graça por meio da personagem da pequena garota, bem interpretada pela iniciante Morgana Davies. É de sua boca que saem as grandes lições.
Enviado por Eri Santos Castro.
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