Não concordo com a tese de que quem bate perde. O confronto entre projetos é imperativo para quem está em situação de risco de derrota. Concordo com este texto da Chistiane Samarco, do Estadão, ao afirmar que faltou ao Serra capacidade de confrontar com Dilma com nitidez e radicalidade. Faltou esclarecer por que o eleitor deveria trocar a 'continuidade' por um novo governo.
Tucano não consegue convencer eleitores de que ele, e não Dilma, era o candidato ideal
Christiane Samarco, Estadão.com
José Serra chegou ao final da segunda campanha presidencial - e mais uma vez derrotado - carregando dois grandes erros.
Primeiro, o tucano não conseguiu anular a guerra eleitoral plebiscitária montada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Dilma Rousseff. Segundo, abrindo mão de se apresentar como candidato de oposição.
Serra não conseguiu convencer o eleitor de que ele deveria trocar a "continuidade" prometida por Lula por um novo governo tucano.
Depois de admitir que Lula era um personagem da política "acima do bem e do mal" e de dizer que "candidato a presidente não é líder da oposição", Serra fez uma campanha com tanto ziguezague que, diante, novamente, da acusação de "privatista", encheu o horário eleitoral com propaganda em que revidava acusando Dilma de "já ter vendido parte do pré-sal a estrangeiros".
A expectativa inicial era bem diferente. Quando o então governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves discursou no dia 10 de abril a cerca de 3,5 mil dirigentes e militantes do PSDB, DEM e PPS, no pré-lançamento da candidatura Serra, o tucanato identificou ali o mote para a campanha de oposição.
Sob aplausos entusiasmados do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e apupos de toda a plateia, Aécio voltou sua artilharia de críticas e ataques ao PT e ao modo petista de governar.
Enviado por Eri Santos Castro.
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