29 de abr. de 2010

Estudantes e servidores voltam a protestar no Palácio dos Leões

GREVE DA UEMA
Manifestação foi motivada pela falta de acordo entre governo e grevistas
Na manhã de ontem, servidores e universitários da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) voltaram a protestar em frente ao Palácio dos Leões, por conta da falta de acordo entre a categoria e o governo do estado. Os técnicos administrativos lutam pela aprovação do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), e os estudantes reivindicam a sensibilização por parte das autoridades competentes em negociar com os servidores, uma vez que as aulas já estão suspensas há 43 dias.
Segundo o representante do Centro Acadêmico de Física, Dadson Leite, na segunda-feira, 26, uma comissão de alunos foi recebida pelo secretário de Educação, Anselmo Raposo, e o mesmo teria afirmado que existem condições para o governo aprovar o plano da categoria e terminar com a greve, porém existem obstáculos e entraves políticos dificultando a aprovação do mesmo. "Queremos pelo menos que o governo receba os servidores e negocie com eles, pois estamos prejudicados; afinal, já estamos sem aulas há mais de mês", disse.
Em frente aos Leões, servidores e estudantes pedem a aprovação do PCCS (Fotos: G. Ferreira)
De acordo com o presidente eleito do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Estadual do Maranhão (Sintuema), Miguel Benedito Santos, no final da tarde, também de segunda-feira, o secretário estadual da Administração e Previdência Social, em exercício, Akio Valente Wakyiama, afirmou à categoria que o parecer da Procuradoria Geral do Estado foi desfavorável à aprovação do Plano e que a proposta foi inviabilizada por falta de justificativa. "O mais absurdo de tudo isso é que esta é a terceira proposta elaborada e negada por eles mesmos. O que transparece, é que no mínimo eles não estão preparados para organizar documentos deste nível", declarou.
O sindicalista foi decisivo em reiterar a posição da categoria e pontuou que após uma assembleia deliberada na tarde de terça-feira, 27, o movimento decidiu em se manter firme na luta pelos direitos da classe, não havendo possibilidade para desistência da greve. Miguel Santos ressaltou que os técnicos vão batalhar pela aprovação do PCCS bem como por um parecer favorável do procurador que deu a negativa, uma vez que o mesmo já havia dado duas decisões favoráveis anteriormente.
Manifestantes ocupam instalações do prédio do Curso de Arquitetura
Ocupação - Após a concentração em frente ao Palácio dos Leões, os manifestantes seguiram em passeata até o prédio onde funciona o Curso de Arquitetura da Uema, na Rua da Estrela, pois eles disseram que as atividades no local estariam sendo desenvolvidas normalmente e que iriam paralisar os trabalhos nele também. Ao chegarem, os estudantes e grevistas ainda foram impedidos por policiais militares de entrar no prédio, mas com a insistência os PMs cederam e o grupo ocupou o lugar.
De acordo com o professor Juca Lopes, do Curso de Física, todo o movimento foi realizado porque o governo do estado mentiu três vezes para os servidores da Uema e que, por isso, já está sendo chamado pelos trabalhadores de "governo da mentira". Ele disse que o estado junto com o Sintuema elaborou uma proposta de PCCS, mas que em seguida o próprio governo voltou atrás e propôs outra, sendo esta aprovada pelos grevistas; porém o Executivo estadual não cumpriu e elaborou outro projeto que, por sua vez, foi vetado pelo procurador geral do Estado. "Por tudo isso é que o atual governo não tem mais crédito junto aos trabalhadores", declarou.

Por Jully Camilo-JP
Enviado por Eri Santos Castro.

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