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31 de ago. de 2009

A volta de Dilma, Lula triunfante e Serra na platéia



Leitura obrigatória.

Eis a melhor leitura da cerimônia do pré-sal


Serra vira platéia de Dilma e ouve Lula desancar FHC
Presidenciável do PSDB, o governador José Serra converteu-se em expectador de um espancamento do seu tucanato.

A convite de Lula, Serra sentou-se na platéia da megacerimônia de lançamento do marco legal para a exploração do petróleo do pré-sal.

Lula disse que o governo FHC foi um desastre
Ao discursar, Lula desancou o governo do antecessor Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB e amigo de Serra.

Lula disse que, em 1997, sob FHC, "altas personalidades chegaram a dizer que a Petrobras era um dinossauro”.

Não um dinossauro qualquer, mas “o último dinossauro a ser desmantelado". Lembrou que o tucanato investira contra a estatal.

O PSDB chegou a propor a quebra da Petrobras
Chegara mesmo a cogitar a mudança de nome da empresa, que passaria a se chamar Petrobax. Ironizou:

"Sabe lá o que esse xis queria dizer nos planos de alguns exterminadores do futuro". Agora, disse Lula, esses "pensamentos subalternos" foram superados.

"O país deixa para trás o complexo de inferioridade”, jactou-se Lula. “Como é bom andar de cabeça erguida e olhar com confiança para nosso futuro!"

A Petrobras sobreviveu a extinção
"Benditos amigos e companheiros do dinossauro, que sobreviveu à extinção, deu a volta por cima e descobriu no pré-sal o passaporte para o nosso futuro".

Nesse e noutros pontos do discurso, Lula foi efusivamente aplaudido. Serra, sob marcação cerrada das lentes do repórter Lula Marques, eximiu-se de bater palmas (confira abaixo).

Tempos subalternos de FHC
Ao resumir os “tempos subalternos” de FHC, Lula disse que “o país tinha deixado de acreditar em si mesmo”.

“Juros estratosféricos, praticamente não tinha reservas internacionais, volta e meia o país quebrava”.

Quando ia à breca, “tinha de pedir ajuda ao FMI”. Um auxílio que vinha “acompanhado de um monte de imposições”.

Não há mais dívida externa e foram criados 11 milhões de empregos diretos
“Hoje, o quadro é bem diferente”, Lula se gabou. “Os países descobriram na crise que, sem regulação do Estado, o deus mercado é capaz de afundar o mundo num abrir e fechar de olhos”.

Decidido a fustigar o tucanado, adepto do “choque de gestão” e simpático às privatizações”, Lula disse que “o papel do Estado voltou a ser valorizado”.

Empilhou dados de sua gestão: crescimento médio de 4,1% entre 2003 e 2006. Criação de 11 milhões de empregos formais.

O Brasil tem uma reserva de U$$215 bilhões

“Não só pagamos a divida externa como acumulamos reserva de US$ 215 bilhões. Reduzimos a miséria e as desigualdades...”

“Mais de 30 milhões de brasileiros saíram linha pobeza e 20 milhões ingressaram na nova classe média, fortalecendo o mercado interno...”

“...Hoje, temos uma economia organizada, pujante e voltada para o crescimento. Uma economia testada na crise”.

O Brasil foi o último a entrar e o primeiro a sair da crise
Outra alfinetada em FHC: “Não só não quebramos como fomos um dos últimos a entrar na crise e um dos primeiros a sair dela”.

Mais outra: “Antes, éramos alvos de chacotas. Hoje, a voz do Brasil é ouvida lá fora com muito respeito”.

De quabra, Serra, autoconvertido em platéia, foi compelido a assistir ao retorno da potencial adversária Dilma Rousseff à boca do palco.

Um palco armado também para que Dilma, depois de um sumiço de dez dias, ressurgisse triunfante, cavalgando o pré-sal.

Serra se arrependeu de ter ido ao evento
Serra não pretendia participar da cerimônia. Deixou-se convencer por Lula, num jantar ocorrido na noite de domingo (30).

O governador de São Paulo fora ao Alvorada junto com os colegas do Rio, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Paulo Hartung.

Os três foram a Lula para evitar que o governo bulisse na repartição dos royalties pago aos Estados produtores de petróleo. Foram bem sucedidos.

Ao término do jantar, Lula encareceu aos governadores que comparecessem à pajelança do pré-sal. Eles aquiesceram.

A julgar pelas caras e bocas que fez durante a discurseira, Serra deve ter sido tomado pelo arrependimento. Viu-se no centro de uma arapuca.

O PSDB trabalhará o máximo para retardar o pré-sal

À saída da cerimônia, o presidenciável tucano disse meia dúzia de palavras. Condenou a pressa do governo.

"O governo teve 22 meses pra fazer um projeto de lei [do pré-sal]. É razoável que o Congresso e a sociedade tenham um tempo para discutir isso”.

Acha que o prazo desejado por Lula, 90 dias, é demasiado curto:

“Não vai haver tempo bom, hábil, razoável, para que se discuta um projeto que tem implicações para as próximas décadas”.

Nenhuma palavra em defesa de FHC.

Do blogue do Josias de Sousa

Enviado por Eri Santos Castro.

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