17 de mar. de 2008

Polícia quer prender homem que pode salvar o planeta
Urgente

Henry Saragih passou por maus bocados em março de 2006, em Porto Alegre. A começar por uma entrevista coletiva onde baixou o Caboclo Paulão e alguns dos perguntadores, possuídos pela Entidade, só faltaram dizer "Mentiu pro tio, contou pro vô? A casa caiu, a cobra fumô!" e bater com o jornal na mesa. Ali mesmo, Saragih foi intimado pela polícia a se apresentar em uma delegacia. Deu explicações durante horas. Acabou indiciado com mais 34 pessoas. Deixou o Rio Grande do Sul com um processo no lombo e sob o ladrar uníssono dos cães de guarda do pensamento único.

Seria uma cena bastante pitoresca e, mais do isso, paradoxal, de interesse muito além do Mampituba. Sim, porque a História, esta dama volúvel, arrumou outra tarefa para Saragih, bem mais nobre do que aquecer o cimento do Presídio Central. E ela manifestou tal capricho através de um painel de especialistas convocado pelo jornal londrino The Guardian. Pois não é que esta turma apontou Saragih como uma das 50 pessoas que podem salvar o planeta? Santa Monocultura! Por mil eucaliptos! Como é que os ingleses fizeram isso?Pois é.

Não só fizeram como colocaram o diabo do Saragih acolherado com gente de fino trato, que faria a mídia provinciana escorrer rios de saliva gravata abaixo. Com sua cara redonda e risonha de mexicano escalado para morrer em faroeste gringo, Saraigh aparece lado a lado com o ator Leonardo Di Caprio, o ex-vice presidente norte-americano e Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel e o ex-vocalista da banda Midnight Oil, Peter Garrett, hoje ministro do Meio-Ambiente da Austrália, entre outros e outras.