11 de mar. de 2008

O indivíduo é uma sucessão de indivíduos


O tempo para Proust não segue uma linearidade tradicional, mas é extra-temporal, está ausente da noção da cronologia habitual.
Na morte há uma perda de si mesmo e talvez através da autobiografia se possa apreender a si, esse outro em mim, e acolhê-lo, deixá-lo o mais próximo possível na tentativa ilusória de deixá-lo preso, adiando o último instante, o da separação final. Para pensarmos a memória e seu funcionamento é necessário que a enxerguemos como construção da lógica do suplemento, pois: O indivíduo é uma sucessão de indivíduos.

O sujeito faz um eterno retorno em forma de repetição, mas repetição em diferença, como se sempre algo estivesse a se acrescentar, em momentos distintos, a cada camada psíquica, mas sob a condição de estas estarem sempre em relação de diferença e espaçamento. Cada uma em relação a todas as outras.

O tempo da memória e do ser é um tempo presente. Presente como presença de um passado ausente, a se fazer em forma de promessa.